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Antídotos e medicamentos para intoxicação

29/09/2018

Intoxicação é a alteração do funcionamento do organismo causado pela ingestão, injeção, inalação ou exposição de um agente nocivo. Diferentes agentes são capazes podem causar intoxicações. Podem ser animais (escorpiões, aranhas e cobras) ou substâncias químicas. No último grupo, múltiplas situações causam intoxicação. Acidentes industriais, (vazamentos; queimas) ou domésticos (ingestão irregular de medicamentos ou de plantas, principalmente por crianças) e uso inconsequente de agrotóxicos na agricultura. 

 

Uma pessoa intoxicada precisa ser atendida por profissionais da saúde. Cada agente tóxico tem um procedimento ideal para seu controle. Na maioria dos casos, o suporte clínico pode ser suficiente, ou seja, monitoramento da respiração, função cardíaca, hidratação, etc. Mas haverá situações que apenas isso não basta. Será preciso outras ações mais sofisticadas como a descontaminação da pele, olhos ou interna, como lavagem gástrica ou intestinal.

 

No Brasil, há uma rede de unidades de saúde referência no atendimento de urgência da intoxicação, coordenada pela Anvisa, e que pode ser requisitada a atenção, em todo o país, pelo número 0800-722-6001. Estima-se que essa rede atenda mais de 100.000 chamadas ao ano. A principal causa de intoxicação são os medicamentos e as vítimas, crianças. Em situações de intoxicações, o ideal é que se tenha claro os dados da vítima, qual a substância envolvida, quando e onde ocorreu o acidente e em que circunstâncias.

 

Esses dados irão orientar o melhor procedimento. Além da descontaminação, pode ser necessário o uso de alguma substância, como antídoto, ou medicamento que dê suporte para as consequências da intoxicação. Antídotos são substâncias que agem no organismo, atenuando ou neutralizando ações ou efeitos de outras substâncias químicas. E medicamentos são aqueles que modificam um quadro produzido pelo intoxicante.

 

Por exemplo, uso de adrenalina em caso de queda importante da pressão arterial.

 

Todos os países mantêm procedimentos padrão para casos de intoxicação e uma lista de antídotos e de medicamentos de suporte. No Brasil, um estudo apontou que pouco mais de um terço dos antídotos e outros medicamentos recomendados estão disponíveis no mercado nacional. Além disso, o custo dessas substâncias pode ser bem elevado, em função da necessidade de importação. A OMS reconhece 18 substâncias como essenciais para o tratamento de intoxicações, mas a lista completa contém mais de 40 substâncias dentre antídotos e medicamentos específicos para o suporte na desintoxicação.

 

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

 

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.