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O recado das urnas

13/10/2018

Os brasileiros mandaram um recado claro à classe política nas eleições de domingo: querem mudança. O sentimento generalizado é de cansaço e raiva com a prolongada crise que afeta milhões de famílias, devora empregos e renda.

Em nível nacional, ficou evidente que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, com míseros oito segundos de propaganda eleitoral e sem apoio de partidos expressivos, soube capitalizar para si a onda de insatisfação e revolta que tomou conta do país.

O resultado do primeiro turno e as primeiras pesquisas indicam que Bolsonaro, salvo um fato novo de grande relevância, será o próximo presidente da República. Parcela considerável dos eleitores não sabe quais são efetivamente suas propostas, mas entende que ele é o candidato que vai derrotar o PT, partido que teve sua história manchada por graves atos de corrupção.

Já a disputa para o governo de São Paulo tende a ser bastante acirrada. Embora João Doria venha perdendo apoios até mesmo dentro do PSDB, por seu temperamento difícil e acusações de traição, ele é um excelente comunicador.

De outro lado, o governador Márcio França cresceu na reta final do primeiro turno, conseguiu uma virada histórica e vai conquistando novos apoios, como o do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e do major Olímpio, braço direito de Bolsonaro em São Paulo. 

Skaf teve mais de quatro milhões de votos e major Olímpio, nove milhões. Representam, portanto, um peso importante para a definição do pleito. Analistas políticos consideram, no entanto, que numa eleição acirrada, como a de São Paulo, os debates podem ser decisivos.

Aguardemos. A eleição em São Paulo promete, como foi no primeiro turno, ser emocionante.