De tempos em tempos, as ideias retomam força na história. Quando se pensa que certos mitos estão superados, eles retomam com importância na sociedade. Em 1904, a sociedade carioca revoltou-se contra a imposição, até violenta, da aplicação de vacinas. Nos dias de hoje, não existe mais a imposição da vacinação por que o contexto histórico, em tese, é diferente. Ainda vivemos em uma democracia, ainda que claudicante.
Por outro lado, acreditava-se que o pensamento da sociedade moderna se pautava pela cientificidade e não mais por mitos, ou fake news, para usar um termo mais atual. Muitas ideias errôneas existem acerca da vacina e essas ideias estão provocando a reintrodução de doenças que estavam sob controle, como o sarampo, poliomielite, coqueluche e rubéola. Elas estavam sob controle, mas não erradicadas como a varíola, para qual não é necessário mais a aplicação da vacina, pois foi considerada extinta no mundo desde 1978.
Apesar de haver provas de que o médico que fez essa relação agiu de maneira ilícita, para promover base legal para pedidos de indenização, ainda assim o estrago é grande. Muitos pais deixaram de vacinar seus filhos e permitiram o aparecimento da doença. Além disso, a falência sanitária do país está piorando essa situação. Não há motivos para não vacinar.
Outra contestação comum feita pela população é a de que a vacina contra a gripe provoca a doença. Não é verdade. Todo mês de setembro, a OMS divulga a relação de vírus influenza que devem ser usados no ano seguinte no hemisfério sul. Essa relação é acatada pelo Ministério da Saúde para produzir e/ou importar a vacina.
As formulações da vacina são compostas por três ou quatro cepas de vírus Influenza, causador da gripe, contra qual se torna imune. Mas existem mais de cem vírus diferentes causadores do resfriado comum, muito parecido com os sintomas do Influenza, mas que se apresentam com menor intensidade e gravidade. Como são vários, e diferentes entre si, os vírus causadores do resfriado, fica muito difícil produzir a vacina contra eles. Então, quem fez uso da vacina contra a gripe, não está imunizado contra o resfriado comum. Uma questão fundamental, é fato da vacina ser produzida com vírus mortos.
Assim como todo medicamento, as vacinas podem causar reações adversas, porém são raras e contornáveis. As mais comuns relacionam-se com o local de aplicação. Dificilmente provocam quadros mais graves ou morte. São mais seguras do que se locomover pelo trânsito as grandes cidades. Mas ninguém deixa de sair de casa por causa disso, então porque para de vacinar par evitar doenças que podem deixar sequelas graves.
