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Tsunami político

20/10/2018

A incrível ascensão de um até então deputado federal do chamado baixo clero provocou um verdadeiro tsunami político que deverá resultar em profundas mudanças no país. Ao que tudo indica, salvo um fato novo de grande relevância, Jair Messias Bolsonaro deverá ser eleito presidente da República no próximo dia 28.

Bolsonaro tinha apenas oito segundos de tempo de propaganda eleitoral, seu partido, o PSL, era minúsculo e desconhecido, e nos meios políticos poucos analistas acreditavam que ele teria chances de vencer a disputa presidencial.

Afinal, Bolsonaro teria de enfrentar velhas raposas da política e máquinas partidárias que dominam o cenário nacional há décadas. O atentado que o deputado sofreu pode ter tido alguma influência, mas é inegável que Bolsonaro soube captar para si a revolta de parcela significativa do eleitorado com a corrupção e os graves erros cometidos pelos dois maiores partidos do país, PT e PSDB.

As eleições deste ano também mostram a força das redes sociais, que Bolsonaro soube usar com competência. Mas sua ascensão, que deve levá-lo à Presidência da República e torná-lo o principal líder político do Brasil representa também uma guinada do eleitorado à direita.

Enfim, Bolsonaro é fruto dos desmandos e graves equívocos protagonizados pelo PT em mais de 13 anos de poder. Os escândalos divulgados e a corrupção desenfreada, que levou Lula e outras lideranças do partido à cadeia fortaleceram e vitaminaram Jair Bolsonaro.

A exemplo do PT, o PSDB também cometeu um terrível engano ao não punir o senador Aécio Neves e outros integrantes da legenda flagrados em atos de corrupção. Os dois principais partidos brasileiros possivelmente acreditaram que seria possível iludir o eleitorado. O resultado está aí e deve ser confirmado dia 28 com a provável vitória de Bolsonaro.

O brasileiro mostrou que deseja mudança.