TV em Transe

Em quem confiar?

25/10/2018

Muito tem se falado da forma como os brasileiros têm usado as redes sociais – especialmente o WhatsApp – para receber (e nesse caso também enviar) informações sobre as eleições. 

 

Claro que não se trata de um meio confiável, haja vista que boa parte dos arquivos são de origem duvidosa, não citam fontes e qualquer um pode gravar um áudio se passando por alguém e espalhar por aí. Um tempo atrás, considerava-se que a internet seria um veículo “emancipatório” em termos de buscar informações. Mas hoje a realidade mostra-se bem diferente. Pode-se dizer sem exagero que vivemos a eleição do “fake news”

 

Tanto que o Facebook lançou uma ferramenta chamada “botão de contexto” justamente para combater a disseminação de notícias falsas. E há denúncias sobre  uso indevido do WhatsApp.

 

Pois se a internet oferece tantos perigos por que as pessoas não buscam os meios mais tradicionais de informação, ou seja, a grande mídia? Por acaso ela também não seria confiável?

 

Eis a questão.

 

Pressão – Vejamos um caso atual: jornalistas do grupo Record denunciaram ao sindicato da categoria que estão sofrendo pressão na tevê e no portal R7 para produzirem matérias beneficiando Jair Bolsonaro. Vale lembrar que o dono da rede, o bispo Edir Macedo, tornou público seu apoio ao candidato. Depois disso, por exemplo, o candidato já foi duas vezes destaque no “Domingo Espetacular”, com direito a um enorme espaço.

 

A chefe de redação da emissora, Luciana Barcellos, pediu demissão semana passada.

 

Diante disso, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo emitiu um comunicado repudiando as pressões feitas pela direção da Record e exigindo respeito à autonomia de apuração e edição dos jornalistas da empresa. 

 

O jornalista Ricardo Noblat, de “O Globo”, afirmou que algo semelhante estaria ocorrendo na Band, favorecendo o mesmo candidato. 

 

Globo, aliás, que possui um histórico nada elogiável em coberturas eleitorais desde a redemocratização.
Sendo assim, o que resta ao eleitor em meio ao bombardeio diário? Se a forma como a grande mídia usa o jornalismo dá motivos para despertar desconfiança, o que fazer para encontrar fontes que sejam fidedignas?

 

Triste, mas chegamos a um ponto em que a principal fonte de informação é o “tiozão do WhatsApp”…