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Tratamento para a nossa alma

03/11/2018

-É possível esquecer algo ruim que alguém nos fez?

Esta foi a questão de Carlos, na conversa com o amigo, em que era trazida à baila a questão do perdão.

-Perdoar, argumentou Fred, é esquecer o sentimento.

Carlos ainda questionou:
-Como esquecer? Podemos, por acaso, esquecer o dia do nosso casamento? Do nascimento do nosso filho?
-Podemos esquecer o dia em que tivemos uma grande alegria? Ou podemos esquecer o dia em que batemos o carro, ou quando fomos dispensados da empresa, de rompante?

-É claro que não há como apagar fatos de nossa memória, disse-lhe Fred, porém, podemos esquecer as emoções que nos fazem mal.

-Por exemplo, não esquecemos o dia da batida do nosso carro. No entanto, não é natural sofrer o estresse e reviver os transtornos gerados naquele dia, toda vez que lembrarmos do fato.

-Naturalmente que não, respondeu-lhe Carlos. -Não faz sentido, nem tem nexo ficarmos amarrados em uma situação que aconteceu.

-Pois então, retrucou Fred, por que não pensamos da mesma forma com situações e pessoas que nos magoam? Por que insistimos em reprisar e reviver cada momento que nos constituiu sofrimento?

-Com certeza, é uma situação muito delicada, difícil mesmo. Mas, em síntese, são sentimentos que nos fazem mal.

-Alguém nos agride, nos humilha, nos rouba, um amigo trai a nossa confiança e nos isolamos na mágoa, na raiva, na decepção.

-Contudo, respondeu Carlos, mesmo sendo sentimentos que fazem mal, é impossível apagá-los! Ficam na memória!

Ouvindo calmamente Fred novamente argumentou: 
-Não, as lembranças ficam impressas na memória, os sentimentos são do coração e podemos transformá-los.

-O primeiro passo seria reavaliar a situação que nos atingiu. E desenvolver uma certa empatia para com o ofensor, o agressor, o amigo que traiu a nossa confiança.

-Compreender as limitações que ele apresenta, as dificuldades que traz na sua intimidade, as circunstâncias que o envolveram e o levaram a ser agressivo, ou indelicado, ou indiferente.

-Todo aquele que prejudica alguém, de forma consciente, é uma alma doente.

-É alguém que carece do medicamento da nossa compaixão, do curativo da nossa ponderação, do lenitivo do nosso perdão.

-Assim, na medida que buscamos outros olhares sobre a situação, ela vai se modificando em nossa intimidade. Naturalmente que isso leva um tempo. É como se estivéssemos dissolvendo um sentimento, aos poucos, lentamente.

-Algumas vezes pode até levar muito tempo. Porém, se não começarmos um dia, até quando ficaremos com esse sentimento ruim dentro de nós, nos fazendo infelizes?

[com base na Redação do Momento Espírita]

Se desejamos tanto a felicidade, se almejamos dias mais tranquilos para nós mesmos, comecemos esse processo de dissolução dos maus sentimentos.

Desses sentimentos que nos fazem mal à alma, deixam nosso dia infeliz e acabam por se transformar em enfermidades, em nosso corpo físico.

Façamos uma lista desses que nos atormentam quase todos os dias: a mágoa, a raiva e todos os demais que identifiquemos em nós.

E iniciemos, de forma paulatina e constante, nossa liberação deles.

Para nossa própria felicidade, comecemos hoje mesmo esse procedimento, verdadeiro tratamento para nossa alma.

Afinal, todos merecemos desfrutar de felicidade.

 

Paz, saúde e prosperidade!