Saúde

Novembro é mês do azul na luta contra o diabetes

03/11/2023
Novembro é mês do azul na luta contra o diabetes | Jornal da Orla

Uma das doenças crônicas que mais avança entre a população mundial, o Diabetes Mellitus é o foco da campanha que acontece este mês e que, desta vez, tem como tema a conscientização da família na gestão da doença. “Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que o envolvimento familiar ajuda os portadores a controlar os principais fatores de risco da doença: sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e alimentos calóricos”, esclarece o endocrinologista Márcio Krakauer, coordenador da campanha realizada pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

O dia 14 de novembro é a data mundial dedicada à doença. A OMS aponta que a prevalência global do diabetes é de 9,3%, totalizando 463 milhões de casos e prevê que em 2040 atinja uma em cada 10 pessoas no mundo.

O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo apenas para China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. Esses dados estão no Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF).

Doença traiçoeira

O diabetes é causado por uma alteração no sistema imunológico que destrói ou dificulta a produção de insulina (um hormônio sintetizado no pâncreas que promove a redução da taxa de glicose no sangue). Pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo. Como resultado, a glicose fica no sangue, ao invés de ser usada como energia.

Os danos causados pelo diabetes mal controlado, em sua maioria, são silenciosos, ocorrem lentamente por um longo período de tempo antes de serem notados, por isso muita gente não sabe que é portador e, em consequência, não faz o controle.

O não-controle do diabetes pode causar cegueira, amputação de membros, insuficiência renal, derrame cerebral, disfunção erétil, úlcera nos pés, depressão, entre outros problemas. Os riscos de incontinência urinária, quedas e demências, por exemplo, também aumentam.

Diferentes tipos

Tipo 1 – Concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença e aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. O desencadeamento de diabetes tipo 1 é geralmente abrupto e pode incluir sintomas como sede excessiva, rápida perda de peso, fome exagerada, cansaço inexplicável, muita vontade de urinar, má cicatrização, visão embaçada, falta de interesse e de concentração. O tratamento é sempre com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.

Tipo 2 – Aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar. Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

Gestacional – O diabetes gestacional é um problema que surge durante a gravidez. A mulher fica com uma quantidade maior que o normal de açúcar no sangue. É uma condição que quase sempre se normaliza sozinha depois que o bebê nasce.

Graves riscos à visão

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, o diabetes é uma doença progressiva e aumenta em até 25 vezes o risco de perder a visão. “Isso porque  afeta toda a circulação, inclusive dos delicados vasos sanguíneos do fundo do olho sem dar qualquer sinal de alerta no início. Por isso, toda pessoa que tem diabetes deve fazer exames oftalmológicos periódicos. Caso enxergue manchas escuras deve consultar um oftalmologista imediatamente”, orienta.