Sergio Moro pediu sexta-feira (16) exoneração do cargo de juiz federal para se sentir mais à vontade para exercer o papel de ministro da Justiça, com amplos poderes para combater a corrupção e o crime organizado. Na prática, ele será um “xerife” do futuro governo, pois sua Pasta também vai incorporar a de Segurança Pública.
Como só vai assumir o cargo em 1º de janeiro, Moro poderia continuar como juiz em férias, que era sua decisão inicial, mas ele mudou de ideia diante das críticas que vinha recebendo por já estar atuando na equipe de transição do futuro governo.
O pedido de Moro foi aceito pelo desembargador Carlos Eduardo Thompson Flores, presidente do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) e terá vigência a partir desta segunda-feira (19). O futuro ministro da Justiça explicou porque mudou de ideia e resolveu pedir a exoneração antes de gozar suas férias, como havia dito inicialmente: “Não pretendo dar razão a controvérsias artificiais, já que o foco é organizar a transição e as futuras ações do Ministério da Justiça”. Dessa maneira, ele disse que se sente à vontade para “assumir de imediato um cargo executivo na equipe de transição da Presidência da República e sucessivamente ao cargo de Ministro da Justiça e da Segurança Pública”. Ao protocolar seu pedido de exoneração, Moro destacou “o orgulho pessoal de ter exercido durante vinte e dois anos o cargo de juiz federal e de ter integrado os quadros da Justiça Federal Brasileira, verdadeira instituição republicana.”
Críticas do PT
A ação de Moro é uma resposta ao Partido dos Trabalhadores. Na quarta-feira (14), enquanto o ex-presidente Lula era interrogado em Curitiba, no processo em que é acusado de corrupção passiva pelas melhorias no sitio que usava, em Atibaia, a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann criticou o futuro ministro. Gleisi disse que era “grave” o fato de Moro estar trabalhando na transição da equipe de governo sem pedir exoneração do cargo de juiz.
