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Medidas amargas

17/11/2018

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, já antecipou que “medidas amargas” precisam ser tomadas para que o Brasil não repita a tragédia da Grécia – país que literalmente quebrou e deixou de pagar salários e aposentadorias até reequilibrar suas contas. Alguns estados brasileiros, Rio de Janeiro à frente, estão no mesmo processo que viveu a Grécia, o que reforça a tese de Bolsonaro.

É consenso entre os principais economistas brasileiros que a reforma da Previdência deve ser a primeira medida de austeridade a ser tomada pelo próximo governo para impedir a bancarrota geral. Mas qual reforma virá? A que corta imensos privilégios de uma casta que suga o país há anos, ou a que vai prejudicar milhões de trabalhadores da iniciativa privada?

Jair Bolsonaro vai herdar um país com um rombo anual superior a R$ 180 bilhões e, portanto, sem capacidade de investimentos necessários nas áreas de saúde, educação e infraestrutura.

Além da reforma da Previdência, outras “medidas amargas” terão de ser adotadas para que o Brasil possa gerar empregos e voltar a crescer. Como se sabe, “medidas amargas” são impopulares e precisam do apoio do Congresso.

Bolsonaro foi eleito com o discurso de que o tempo do chamado “toma lá, dá cá” com os parlamentares é coisa do passado. Sem a preciosa “moeda de troca”, o presidente conseguirá o aval do Congresso? 

O fato é que o populismo petista, em especial no governo Dilma Rousseff, lançou o país numa aventura que terminou à beira do abismo. A conta já está sendo paga pela população, e os mais de 12 milhões de desempregados são as maiores vítimas. Resta saber se no processo de recuperação do Brasil a nova conta desta será apresentada aos mais privilegiados, ou, como sempre foi, aos menos favorecidos. O tempo dirá, mas o recente aumento concedido ao Judiciário, com efeito cascata nos demais poderes, é um péssimo sinal.