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O tratamento da diarreia

10/11/2018

A diarreia se caracteriza pelo aumento no número de evacuações diárias e pela consistência das fezes, que se tornam mais liquefeitas. São inúmeras as causas das diarreias. Podem ser infecciosas (vírus, bactérias ou parasitas) ou alimentar, associada a dificuldade de digestão de determinado alimento, como gordura ou lactose, do leite. Podem ser inflamatórias, devido a doenças crônicas ou pelo uso de certos medicamentos.

 

A principal consequência da diarreia é a desidratação, que pode levar a óbito, principalmente, as crianças. Alguns sinais definem a gravidade da desidratação e indicam a necessidade de intervenção profissional: olhos fundos, ausência de lágrimas ao chorar, boca e língua secas, muita sede e se o “sinal de prega” desaparece lentamente (a pele perde a elasticidade e mantém a depressão causada por um “beliscão” suave).

 

Um sinal importante de gravidade é a presença de sangue nas fezes, o que é chamada de disenteria. É uma diarreia provocada por uma bactéria e é controlada com uso de antibióticos específicos. As diarreias crônicas também precisam de intervenção médica, por debilitar em longo prazo o indivíduo. É considerada crônica quando é persistente por mais de 14 dias. Via de regra, as diarreias agudas, por pior que possam parecer são autolimitadas, ou seja, o organismo resolve por si só o problema, desde de seja hidratado. 

 

A hidratação deve ser feita com soro de reidratação oral, comercializado nas farmácias ou distribuídos nas unidades básicas de saúde. Evite usar outros produtos de reposição hídrica para atletas, refrigerantes ou outras preparações caseiras. Água de coco ou água estão liberadas, assim como a manutenção da alimentação regular e comum da pessoa, mesmo criança. Obviamente, evite alimentos gordurosos, condimentados e industrializados.

 

Para um tipo particular de diarreia, chamada a do viajante, a agência américa FDA aprovou, recentemente, um medicamento a base de antibiótico. Como diz o nome, é indicado para diarreias adquiridas em viagens e que podem afetar entre 10 a 50% dos viajantes. Podem ter causas múltiplas (bactérias, vírus ou parasitas), mas, segundo a agência, tem como causa mais comum a infecção por uma bactéria (Escherichia coli). 

 

A FDA aprovou o uso do medicamento desde que não haja febre ou sangue nas fezes. Porém é importante ressaltar que não é possível o uso profilático do antibiótico, ou seja, fazer uso da medicação para evitar a diarreia. Lembrando que a diarreia do viajante é devido a ingestão de água ou alimentos contaminados pela bactéria. Portanto, ao viajar para centros urbanos, esteja preparado para esse problema. Cuida da hidratação e aguarde três ou quatro dias para melhorar.

 

Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.

 

Prof. Dr Paulo Angelo Lorandi, farmacêutico pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas-USP (1981), especialista em Homeopatia pelo IHFL (1983) e em Saúde Coletiva pela Unisantos (1997), mestre (1997) e doutor (2002) em Educação (Currículo) pela PUCSP. Professor titular da UniSantos. Sócio proprietário da Farmácia Homeopática Dracena.