Meio Ambiente

Tartarugas são devolvidas ao mar na área do Parque Marinho de Santos

28/12/2018

Após quase um ano sob tratamento no Aquário, duas tartarugas verdes (Chelonia mydas) serão devolvidas ao mar nesta sexta-feira (28), na área do Parque Marinho da Laje de Santos.

 

Os animais, com idade entre 4 e 5 anos, aproximadamente, chegaram ao parque muito debilitados e anêmicos. Ambos engoliram lixo, principalmente plástico. No momento, o Aquário tem cerca de 15 tartarugas em tratamento – a maioria com o mesmo problema. “Eles confundem esses resíduos com alimento”, explica o veterinário Gustavo Dutra. Segundo ele, são materiais como fios de pesca, bexigas de plástico, sacos, tampas de embalagens entre outros.

 

De 200 tartarugas marinhas acolhidas e tratadas no Aquário nos últimos dez anos, 124 morreram e 76 foram recuperadas. Quase a metade das que morreram — 48,7% — tinha corpos estranhos no trato intestinal. Essas informações são usadas pela equipe de educação ambiental do Aquário em oficinas, cursos e palestras, além do contato com o público visitante, por meio de banners e instalações.

 

Em outubro, o parque inaugurou um tanque sem animais. No lugar deles, resíduos da atividade pesqueira, como anzóis, linhas e redes. O objetivo é chamar a atenção para a ‘pesca fantasma’, representada pelos equipamentos perdidos ou abandonados nos oceanos que funcionam como armadilhas para diversas espécies.

 

Hábitos
Animais como tartarugas têm hábitos de vida fixos: nascem em ilhas oceânicas, vivem no mar até chegar a 30 centímetros de diâmetro e, depois, passam a se alimentar em áreas costeiras. Neste estágio juvenil, chegam às regiões costeiras, tomando contato com o lixo e a poluição. A maior parte das tartarugas atendidas pela equipe técnica do Aquário tem cerca de cinco anos. Outro dano recorrente às tartarugas marinhas acolhidas e tratadas no Aquário é o trauma, geralmente causado por colisão com embarcações — 11,7% dos atendimentos.

 

Aves
No mesmo período de levantamento feito pela equipe do Aquário, 395 aves foram atendidas e 158 recuperadas. A maioria (61%) das que morreram apresentava alteração gastrointestinal; 36%, problemas respiratórios e 3%, ortopédicos. As ocorrências com aves são mais frequentes no mês de junho.