A cafeína é uma substância que desperta paixões acadêmicas e no estilo de vida. Em relação ao segundo, muitas pessoas fazem uso diário e em doses variadas, algumas vezes excessiva. A dose “ideal” depende de diversos fatores, como idade, uso de medicamentos, peso e até sensibilidade individual. Sempre é bom lembrar que a cafeína não está apenas presente no café, mas em refrigerantes do tipo cola, chá preto e bebidas ditas energéticas.
O órgão americano FDA considera como não prejudicial doses inferiores a 400 mg por dia, fracionadas em quatro ou cinco xícaras de café ou dez latas de refrigerantes. As bebidas ditas energéticas têm concentrações variáveis, podendo chegar a 200 mg de cafeína por lata. Lembre-se que a dose é acumulativa, independentemente do tipo de bebida. Tomar o café com leite não ameniza os seus efeitos, altera apenas o paladar.
A cafeína é uma substância estimulante e, em excesso, poderá provocar insônia, nervosismo e ansiedade, podendo provocar no conjunto um sentimento de insatisfação generalizada. Além disso, estimula o cardiocirculatório promovendo ritmo cardíaco acelerado e dor de cabeça. E age no digestório causando indisposição gástrica e náusea. Não há contraindicação expressa para o consumo infantil ou juvenil, mas os especialistas da área consideram inadequado sua ingestão, principalmente dos refrigerantes do tipo cola.
O uso do café como estimulante é comum para quem tem altas cargas de trabalho ou de estudo. Obviamente, o consumo de cafeína nunca irá substituir o repouso necessário. Nos dias de hoje, é sabido que a qualidade do sono é fundamental para a condição de saúde. Dormir mal está relacionado com hipertensão, diabetes, depressão e outros desarranjos.
A cafeína, como substância psicoativa, pode causar dependência e síndrome de abstinência, que é quando o corpo se ressente da falta de seu consumo. Ainda que alguns estudos mostrem vantagens cognitivas e de performance no trabalho/estudo com o baixo consumo de café/cafeína, os pesquisadores alertam que essa melhora pode estar relacionada ao fim da abstinência e não ao efeito da cafeína em si. Vários estudos mostram que pessoas com transtornos psíquicos variados devem evitar o consumo de café.
A cafeína, como estimulante do metabolismo, favorece ao efeito ergogênico na prática das atividades físicas exaustivas como corrida, trabalho com peso e lutas em geral. A ação da cafeína se dá tanto no nível muscular, melhorando as vias energéticas quanto na condição mental de disposição e concentração para a atividade física. Mas sempre com moderação.
Se ainda tiver dúvidas, encaminhe sua dúvida para o Centro de Informações sobre Medicamentos (CIM) do curso de Farmácia da Unisantos. O contato pode ser pelo e-mail [email protected] ou por carta endereçada ao CIM, avenida Conselheiro Nébias, 300, 11015-002.
