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Nova sentença de Lula deve sair em fevereiro

12/01/2019

Não está fácil a vida do ex-presidente Lula. Condenado e preso em Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no episódio do tríplex do Guarujá, ele corre o risco de receber uma nova sentença condenatória por crimes idênticos, que teriam sido praticados no episódio conhecido como “sitio de Atibaia”. Uma eventual segunda condenação vai deixar ainda mais difícil a situação do líder petista.

Seus advogados, comandados por Cristiano Zanin alegam, nesta segunda ação, que o ex-presidente “não é e jamais foi proprietário do sítio em Atibaia”. Afirmam, ainda, que seu cliente sofre perseguição política e deve ser absolvido por “absoluta falta de provas”.

Crimes prescreveram
Apesar de negar que Lula tenha cometido delitos, a defesa afirma que o crime de corrupção passiva já prescreveu, uma vez que o ex-presidente tem mais de 70 anos de idade e os fatos teriam ocorrido entre 2003 e 2004, quando ele exercia a presidência da República.

O documento da defesa apresentado no início da semana à juíza Gabriela Hardt tem 1.643 páginas e 23 anexos. Os advogados também alegam que o juiz Sérgio Moro, que condenou Lula no episódio do tríplex e vinha conduzindo o segundo processo até deixar a magistratura para ser ministro da Justiça e Segurança Pública, “jamais se revestiu da necessária imparcialidade, impessoabilidade e independência”.

Os advogados de Lula também acusam a juíza Gabriela Hardt, que substituiu Moro, de agir de forma autoritária. Segundo eles, mudaram os personagens, mas a prática continua a mesma”.

Com os depoimentos encerrados, bem como as alegações finais, tanto da defesa como do Ministério Público, a juíza Hardt deve anunciar a sentença no começo de fevereiro.

Especialistas em direito afirmam que as provas contra Lula no episódio do sítio de Atibaia são mais robustas do que as do processo do tríplex, que renderam uma condenação de 11 anos e um mês de cadeia.

Preso comum
Uma eventual segunda condenação tornaria muito mais difícil a situação de Lula, que ainda é réu em mais quatro processos. Até mesmo antigos aliados, como o ex-governador do Ceará e ex-ministro de Lula, Ciro Gomes, reconhecem que deu ruim para o ex-presidente.

Ciro Gomes já admite que Lula é um “preso comum” e não um “preso político” como afirmam diversos petistas. “Sua sentença foi confirmada por unanimidade por um tribunal federal e todos os recursos negados em instâncias superiores”, conclui Ciro.
 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil