TV em Transe

A cobertura de mais uma tragédia

31/01/2019

Mais uma vez a população foi vítima do descaso, ganância, irresponsabilidade, incompetência. O crime ambiental em Brumadinho é mais um que entra para uma vergonhosa lista de absurdos que se acumulam num país onde se vive à deriva. E onde, infelizmente, a expressão “mar de lama” transformou-se em algo literal.

 

Obviamente, a cobertura do ocorrido tem ocupado bastante tempo na programação televisiva. No domingo, por exemplo, as revistas eletrônicas da Globo e da Record deram enorme espaço ao fato. 

 

O “Fantástico” mostrou, por exemplo, um relato comovente de Adriana Pereira Alves, que ficou presa nos escombros de sua casa e foi resgatada pelo marido – reportagem muito bem conduzida por Murilo Salviano.

 

No “Domingo Espetacular” da Record, o sempre competente Luiz Carlos Azenha foi escalado para as matérias principais.

 

Importante destacar que ambas não deixaram de cobrar a responsabilidade da Vale pelo acontecido.

 

Na Globo, Ernesto Paglia buscou respostas sobre “como foi possível acontecer tudo de novo tão pouco tempo depois de Mariana”. Abordou fatores econômicos, políticos e de engenharia ligados à tragédia, citando também a atuação (infeliz, para dizer o mínimo) das autoridades governamentais de Minas Gerais. 

 

Já na Record, o programa começou com um editorial lido pela jornalista Adriana Araújo: “Vidas destruídas por uma avalanche de lama, famílias inteiras devastadas… São dezenas de perguntas sem respostas, mas uma certeza: não foi acidente”.

 

O bom trabalho jornalístico se refletiu na audiência. “O Fantástico” teve 21,3 pontos de média, enquanto o “Domingo Espetacular”, que costuma ocupar a terceira posição no horário, venceu o “Programa Silvio Santos” pela primeira vez desde outubro: alcançou 11,1 pontos, contra 10,6 do SBT.

 

Foto: Ricardo Stuckert/Fotos públicas