Notícias

Cuidados na volta às aulas

02/02/2019

Depois de um período de férias, brincadeiras e regras mais flexíveis, o retorno à vida escolar exige a readaptação do aluno a uma rotina mais disciplinada e da parte dos pais alguns cuidados para proteger a saúde de seus filhos.

 

Dormir e se alimentar bem é necessário para que o estudante não tenha o aprendizado prejudicado. E é preciso ficar de olho no peso da mochila e em possíveis problemas de visão, um dos principais motivos de baixo rendimento escolar. 

 

Lancheira saudável

A pediatra Flavia Oliveira explica que uma lancheira ideal consiste em três alimentos básicos: os reguladores, os construtores e os energéticos. Proteínas mais naturais devem ser sempre prioridade, deixando embutidos gordurosos, como o presunto e o salame, bem longe da merenda.

 

“Para dar energia, variar o pão do lanche é uma boa opção, assim a criança não enjoa e continua consumindo uma quantidade saudável de carboidratos, mantendo seu nível energético diário. Afinal, as crianças precisam de energia para brincar e estudar”, orienta. 

 

Uma fruta para finalizar – em forma de suco ou natural – é uma boa opção de regulador. “Vale lembrar que, no caso dos sucos de caixinha, é sempre melhor optar pelos que não têm corantes ou com baixo teor de sódio”, indica.

 

O peso da mochila
Estima-se que cerca de 80% das queixas de crianças com dores nas costas têm relação com o peso das mochilas. O tipo de mochila e o modo como ela é carregada podem prejudicar a saúde do aluno, principalmente pelo fato de seu corpo estar em pleno desenvolvimento.

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, o peso da mochila não deve ultrapassar 10% do peso da criança e o material (apenas o que for ser usado no dia) deve ser distribuído dentro da bolsa, utilizando sempre as duas alças aos ombros. O modelo com puxadores de mão e rodinhas também é uma alternativa.

 

Mas, segundo os especialistas, a melhor escolha é a mochila de alças acolchoadas firmes, reguláveis (com largura mínima de 4 cm) e no modelo, se possível, que tenha um cinto abdominal, pois esse conjunto ajuda a equilibrar o peso.
 

Piora na visão fica mais evidente

É no ambiente escolar que os problemas de visão ficam mais evidentes. De acordo com oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, , nem sempre a criança sabe avaliar a piora da visão por não ter uma referência, além da alteração visual frequentemente ser lenta e progressiva.  “Crianças que não enxergam bem tem dificuldade no aprendizado, na socialização e são mais agitadas”, indica. Segundo ele, o uso abusivo do videogame, celular ou computador nas férias pode levar à miopia acomodativa, dificuldade temporária de enxergar de longe e que é provocada pelo excesso de esforço visual para perto.

 

Para que a miopia não se torne um mal permanente, o oftalmologista recomenda ensinar a criança a olhar em pequenos intervalos de tempo para um ponto distante ou descansar os olhos de 15 a 30 minutos a cada hora de uso dos equipamentos. 

 

Problemas mais comuns na infância
Além da miopia, Queiroz Neto afirma que crianças podem ter hipermetropia (dificuldade de enxergar próximo) ou astigmatismo (visão desfocada para perto e longe). “A primeira consulta deve ser feita aos 3 anos de idade quando os pais não usam óculos e aos 2 anos quando usam. Nossos olhos se desenvolvem até a idade de 8 anos e qualquer bloqueio visual neste período faz o cérebro anular o olho de menor visão para usar o melhor. O resultado é o “olho preguiçoso” ou ambliopia, maior causa de cegueira monocular entre crianças”, explica. 

 

Sinais de problemas de visão em crianças

Até 2 anos – Não reage a estímulos luminosos, como a luz do quarto que se acende; lacrimeja excessivamente de um ou ambos os olhos; fica muito tempo com os olhos fechados; não demonstra interesse pelo ambiente à sua volta; não ergue a cabeça para tentar ver objetos; apresenta um ou ambos os olhos desviados para o nariz ou para fora; reflexo luminoso na pupila como se fossem “olhos de gato”; pupila muito grande ou de cor acinzentada ou opaca.

 

Dos três aos cinco anos – Apresenta um ou ambos os olhos desviados para o nariz ou para fora; cai com freqüência; se aproxima muito da TV para assistir; inclina a cabeça para um dos lados ou para um ombro; vira um dos olhos para fora quando está distraída, pensativa ou em locais muito abertos; fecha um dos olhos em locais ensolarados; coça muito os olhos, especialmente quando manipula o celular ou assiste TV; queixa-se de visão dupla ou embaralhada.

 

No início da alfabetização – Faz careta ou franze a testa para enxergar; queixa-se de dor ou cansaço nos olhos e dor de cabeça; os olhos ficam vermelhos quando esforça a visão, mesmo sem coçá-los; demonstra dificuldade em ver o que está escrito na lousa; chega o rosto muito próximo ao caderno ou livro; apresenta baixo rendimento escolar; desinteresse na sala de aula; não participa de atividades esportivas; tem dificuldade em distinguir ou combinar cores.