Eram duas crianças a brincar na praia, na manhã plena de sol. Tinham em torno de três anos e os olhos atentos das mães as vigiavam.
As meninas iam e vinham da beira do mar carregando água em seus baldinhos, construindo formas na areia.
Em certo momento, uma bola entrou na brincadeira. Ambas a queriam e cada qual segurou com mais força, tentando tirá-la da outra.
Finalmente, Stéphanie bateu forte no rosto de Nadine e tomou a bola para si.
De imediato, as mães se aproximaram. Uma, repreendendo a filha pelo mau comportamento e insistindo que ela pedisse desculpas.
A outra consolando com carícias a agredida, que fazia carinha de choro.
Mas não passou muito tempo e lá estavam as duas novamente na areia. Nadine, a menina que sofrera a agressão, foi a primeira a recomeçar a brincadeira.
Com sua naturalidade infantil, se aproximou da outra, abaixou a cabecinha, olhou-a no rosto e perguntou:
-Você ainda está muito brava comigo?
Antes que a resposta saísse dos lábios de Stéphanie, lançou outra pergunta:
-Quer brincar comigo?
E brincaram até a noite estender seu manto de estrelas e luar sobre a Terra.
Bom seria se fôssemos como essas crianças, capazes de perdoar, esquecer e prosseguir juntos.
Quantas vezes criamos problemas graves, de larga duração, somente pelo fato de não cedermos um milímetro do próprio orgulho.
Quantos casais têm conturbado o seu relacionamento porque um não deseja perdoar o outro pela palavra agressiva, pelo gesto infeliz de grosseria.
Muita vez, o cônjuge agressor tenta se redimir. Por sentir dificuldades de se achegar e pedir desculpas, envia flores com um bilhete, um cartão.
Mas, em vez de receber o que esperava, tem devolvidos o ramalhete e o recado.
Persistindo a má vontade de um, a indelicadeza do outro, desfaz-se um compromisso afetivo, gerando sérias consequências.
Amizades de longos anos esmorecem por coisa nenhuma. E bastaria tão pouco.
Bastaria que voltássemos à capacidade da nossa infância, quando esquecíamos à tarde a desfeita que nos fora dirigida pela manhã.
[com base em fato ocorrido com Nadine Helena Marcon e na Redação do Momento Espírita]
O perdão é uma necessidade na vida de qualquer pessoa.
Trata-se de um recurso que auxilia a seguir em paz a caminhada.
A existência humana é cheia de percalços e decepções.
A disparidade das personalidades causa pequenos e grandes atritos.
Mesmo criaturas boas e honradas, às vezes, magoam os semelhantes.
A própria dinâmica do mundo moderno dificulta que se dê a atenção devida às expectativas e aos sentimentos dos outros. Quem se permite acumular mágoas torna-se infeliz.
Sempre há algo de ruim a ser recordado.
Pode ser uma indelicadeza, uma falta de atenção ou uma palavra mal colocada.
O homem que se dedica a procurar defeitos e ofensas certamente as encontra.
Entretanto, a mesma pessoa que ofendeu, talvez sem querer, também auxiliou inúmeras vezes. É uma questão de escolher o que se deseja valorizar.
O que é mais importante?
Inúmeras gentilezas ou uma expressão grosseira?
A discrição de uma vida inteira ou uma palavra indiscreta, lançada por descuido?
A atitude generosa habitual ou um ato egoísta?
Convido o amigo leitor a pensar com carinho……
PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE