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O perdão na infância

09/02/2019

Eram duas crianças a brincar na praia, na manhã plena de sol. Tinham em torno de três anos e os olhos atentos das mães as vigiavam.

 

As meninas iam e vinham da beira do mar carregando água em seus baldinhos, construindo formas na areia.

 

Em certo momento, uma bola entrou na brincadeira. Ambas a queriam e cada qual segurou com mais força, tentando tirá-la da outra.

 

Finalmente, Stéphanie bateu forte no rosto de Nadine e tomou a bola para si.

 

De imediato, as mães se aproximaram. Uma, repreendendo a filha pelo mau comportamento e insistindo que ela pedisse desculpas.

 

A outra consolando com carícias a agredida, que fazia carinha de choro.

 

Mas não passou muito tempo e lá estavam as duas novamente na areia. Nadine, a menina que sofrera a agressão, foi a primeira a recomeçar a brincadeira. 

 

Com sua naturalidade infantil, se aproximou da outra, abaixou a cabecinha, olhou-a no rosto e perguntou:
-Você ainda está muito brava comigo?

 

Antes que a resposta saísse dos lábios de Stéphanie, lançou outra pergunta:
-Quer brincar comigo?

 

E brincaram até a noite estender seu manto de estrelas e luar sobre a Terra.

 

Bom seria se fôssemos como essas crianças, capazes de perdoar, esquecer e prosseguir juntos.

 

Quantas vezes criamos problemas graves, de larga duração, somente pelo fato de não cedermos um milímetro do próprio orgulho.

 

Quantos casais têm conturbado o seu relacionamento porque um não deseja perdoar o outro pela palavra agressiva, pelo gesto infeliz de grosseria.

 

Muita vez, o cônjuge agressor tenta se redimir. Por sentir dificuldades de se achegar e pedir desculpas, envia flores com um bilhete, um cartão.

 

Mas, em vez de receber o que esperava, tem devolvidos o ramalhete e o recado.

 

Persistindo a má vontade de um, a indelicadeza do outro, desfaz-se um compromisso afetivo, gerando sérias consequências.

 

Amizades de longos anos esmorecem por coisa nenhuma. E bastaria tão pouco.

 

Bastaria que voltássemos à capacidade da nossa infância, quando esquecíamos à tarde a desfeita que nos fora dirigida pela manhã.

 

[com base em fato ocorrido com Nadine Helena Marcon e na Redação do Momento Espírita]

 

O perdão é uma necessidade na vida de qualquer pessoa.

 

Trata-se de um recurso que auxilia a seguir em paz a caminhada.

 

A existência humana é cheia de percalços e decepções.

 

A disparidade das personalidades causa pequenos e grandes atritos.

 

Mesmo criaturas boas e honradas, às vezes, magoam os semelhantes.

 

A própria dinâmica do mundo moderno dificulta que se dê a atenção devida às expectativas e aos sentimentos dos outros. Quem se permite acumular mágoas torna-se infeliz.

 

Sempre há algo de ruim a ser recordado.

 

Pode ser uma indelicadeza, uma falta de atenção ou uma palavra mal colocada.

 

O homem que se dedica a procurar defeitos e ofensas certamente as encontra.

 

Entretanto, a mesma pessoa que ofendeu, talvez sem querer, também auxiliou inúmeras vezes. É uma questão de escolher o que se deseja valorizar.

 

O que é mais importante?

 

Inúmeras gentilezas ou uma expressão grosseira?

 

A discrição de uma vida inteira ou uma palavra indiscreta, lançada por descuido?

 

A atitude generosa habitual ou um ato egoísta?

 

Convido o amigo leitor a pensar com carinho……

 

PAZ, SAÚDE E PROSPERIDADE