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Compromisso com o erro

09/02/2019

A história deveria trazer lições, em especial para líderes políticos que representam parcela significativa da sociedade. Nem sempre isso acontece. Quando ocupava a presidência da República, Juscelino Kubitschek foi questionado por que mudara de opinião. “Não tenho compromisso com o erro”, respondeu.

 

Bons tempos aqueles, o Brasil avançava, vivia um período de desenvolvimento sem igual; as ideias fluíam. Era o que se convencionou chamar de “os anos dourados”. Governo e oposição tinham líderes na acepção da palavra. Havia esperança e felicidade nas ruas.

 

Difícil entender o que veio a seguir, mas é fato que o Brasil vive dias difíceis. O processo de redemocratização, tão sonhado pela população, resultou numa seleção de políticos pouco compromissados com os reais interesses do país, salvo raríssimas exceções, quando não, totalmente incapazes.

 

A chegada de um retirante nordestino à presidência, homem de origem humilde, representou um raio de esperança que, pouco depois, se transformaria num pesadelo para milhões de brasileiros. Ao contrário de Juscelino, o Partido dos Trabalhadores, ao invés de admitir os graves equívocos e o assalto ao erário praticado por alguns de seus líderes, insiste em manter seu compromisso com o erro.

 

Apesar de todas as provas e evidências, reafirma a crença na inocência de Lula e no apoio à ditadura chavista de Nicolás Maduro na Venezuela. Ao negar os fatos, o PT perde o bonde da história e faz um desserviço ao processo democrático.

 

É triste para o próprio PT, que já desempenhou um papel importante no processo de reconstrução da democracia no país, que o partido opte por ficar refém de um líder que se deixou seduzir pela corrupção, e ainda mantenha apoio a Maduro, um ditador que pode levar a Venezuela à guerra civil.

 

O Partido dos Trabalhadores, definitivamente, não aprendeu nada com a história.

 

Foto: Arquivo/José Cruz/Agência Brasil