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Um crime infame

16/02/2019

Fosse o Brasil um país sério, o criminoso assassinato em série ocorrido em Brumadinho não teria ocorrido. A escandalosa impunidade verificada com a tragédia em Mariana foi a senha para que a Vale continuasse ganhando bilhões, ainda que a custa de cadáveres e de famílias inteiras que tiveram suas vidas arruinadas pela ganância sem limites.

 

O que ocorreu em Brumadinho foi um crime hediondo e o que mais choca é a falta de punição aos responsáveis. Afinal, onde estão nossos juízes, nossas autoridades e responsáveis pelo governo, que deixam famílias inteiras, depois de enterrar seus mortos inocentes, passando necessidade?

 

Bilhões de reais da Vale estão bloqueados judicialmente, mas por que esses recursos não são direcionados aos familiares das vítimas, que, destruídas moral e emocionalmente por conta de um ato criminoso, continuam passando todo tipo de necessidade?

 

Depois do episódio de Mariana, o assassinato em massa registrado em Brumadinho nos envergonha perante o mundo civilizado. Uma República de bananas teria mais pudor que o Brasil.

 

Ao invés de ficar paparicando seus rebentos, “meninos” mimados e deslumbrados, o presidente Bolsonaro bem que poderia determinar que uma ajuda federal, usando como lastro os bilhões da Vale congelados pela Justiça, chegasse de fato às vítimas deste crime infame. 

 

Convenhamos, Bolsonaro foi eleito para restaurar a dignidade do país, e promover um mínimo de justiça neste triste episódio é o que os brasileiros esperam de seu presidente.

 

A impunidade verificada é mais um crime que se pratica contra os inocentes de Minas e um tapa na cara dos brasileiros de bem.

 

Enquanto isso, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, se dá ao direito de debochar da Nação: segundo ele, a empresa que dirige é uma “joia” e “não pode ser condenada por um acidente, por maior que tenha sido a tragédia”.

 

Francamente…

 

Acidente foi a queda de helicóptero que provocou a morte do jornalista Ricardo Boechat. O que ocorreu em Brumadinho foi assassinato coletivo provocado por ganância sem limites. Isso só se resolve com cadeia e confisco de bens.

 

Foto: Gaspar Nobrega/SOS Mata Atlântica