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Bolsonaro bate o martelo sobre reforma da Previdência

16/02/2019

O presidente Jair Bolsonaro bateu o martelo e definiu que a proposta de reforma da Previdência deve estabelecer uma idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens. Outro ponto importante definido sexta-feira (14) é o que diz respeito à contribuição de servidores públicos, cuja alíquota passará dos atuais 11% para 14%. O anúncio oficial deve feito quarta-feira (20).

 

O ministro da economia, Paulo Guedes, desejava que a reforma implicasse em idade mínima igual, de 65 anos, para homens e mulheres, mas foi convencido pelo presidente de que essa proposta não passaria no Congresso.

 

Militares
A reforma também deve atingir os militares, que terão o prazo ampliado de 30 para 35 anos para passarem para a reserva. O general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional, tem sido o principal interlocutor do governo com os militares num tema que é considerado bastante delicado nos quartéis.

 

Transição
O período de transição para os trabalhadores que estão na ativa deve ser de 10 anos para homens e de 12 anos para mulheres. O prazo foi suavizado também para evitar dificuldades políticas.

 

Apesar das mudanças exigidas por Bolsonaro terem reduzido o tamanho do impacto da reforma, lideranças políticas acreditam que o governo terá dificuldades de aprovar o texto original no Congresso. Segundo vários líderes de partidos, é possível que o governo seja obrigado a reduzir a idade mínima, tanto para homens como para mulheres.

 

Dificuldades
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), admite que o governo terá dificuldades para aprovar a reforma nos moldes em que ela está sendo anunciada.

 

“O Congresso tem de, democraticamente, ouvir a sociedade, debater e deliberar. O governo já fez a sua escolha. O Congresso, livremente, irá fazer o debate, e depois sua escolha”, afirmou Alcolumbre.

 

Guerra na comunicação
Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, acredita que o governo irá aprovar a reforma se conseguir convencer a opinião pública de que ela é positiva para o país e que, também, vai acabar com os privilégios e reduzir desigualdades.

 

O governo deve iniciar uma campanha publicitária para tentar mostrar à opinião pública, que, além de fundamental para evitar que a Previdência quebre, a reforma vai estimular o crescimento da economia e consequentemente a geração de novos empregos.  

 

Hoje, em média, o trabalhador brasileiro se aposenta com 56 anos de idade após ter contribuído por 35 anos. Já as mulheres conseguem os benefícios, em média, aos 53 anos, após 30 anos de contribuição.

 

Os mais afetados
A mudança proposta vai afetar mais duramente os trabalhadores com idade inferior a 50 anos. Ou seja, eles terão de contribuir por mais tempo para receber a mesma coisa.

 

É consenso, no entanto, mesmo na oposição, de que a reforma precisa ser feita. O déficit é gigantesco, estados e municípios estão quebrados e a Previdência é o principal problema. A questão agora é saber qual será o tamanho da reforma e se ela vai mesmo acabar com privilégios como promete o governo.

 

Foto: Divulgação/Presidência da República