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“Milagres” na saúde

16/02/2019

A doença pode ser um momento de bastante fragilidade na vida das pessoas, o que pode aumentar a credulidade sem crítica. Nesses momentos, crer em soluções milagrosas é uma alternativa até para os mais céticos. Não está sendo questionado aqui o caráter religioso do milagre, mas questiona-se falsas promessas que pessoas inescrupulosas fazem em relação a produtos ou ações sem nenhuma comprovação científica, para restar a decepção.

 

A FDA américa alerta para o crescente número de ofertas pelas mídias sociais de produtos contra o câncer. A agência americana alerta para que se duvide quando um produto usa palavras como: “trata todos os tipos de câncer”; “milagrosamente mata as células tumorais e deixa em segurança as normais”; “a cura definitiva do câncer”; e coisa semelhantes. Recentemente, no Brasil, a fosfoetanolamina causou uma verdadeira comoção social, ainda que não houvesse má fé. E a substância não apresentou resultados positivos de fato.

 

Infelizmente, alguns produtos são divulgados sem nenhum critério ético. São promessas sem fim para diminuir peso, reduzir celulite, aumentar a quantidade de cabelo e muitas outras. Programas de rádio e TV divulgam produtos que sequer são registrados na Anvisa. Em flagrante contravenção. Em alguns programas vespertinos brasileiros, essa ação é abusiva. Estudo americano sobre propagandas de medicamentos nos EUA mostram que 10% delas são absolutamente falsas e que 57% são potencialmente enganosas.

 

É preciso entender que a remissão ou o controle da doença pode não ser tão imediato quanto é o desejo da pessoa em sofrimento. O organismo, mesmo sob ação do medicamento, pode precisar de um tempo para se recompor. Por exemplo, não é possível uma ação tão imediata quanto a proposta pelas propagandas de medicamentos par dor de cabeça. Há de se ter o tempo mínimo de absorção e distribuição da substância analgésica para que se obtenha o controle da dor. Conheça o seu corpo, permita que ele recomponha.

 

Por outro lado, para a garantia da saúde são necessárias ações de longo prazo. Por exemplo, para a redução da osteoporose é muito importante o nível de atividade física realizada na década dos vinte anos, principalmente para as mulheres. Mulheres sedentárias nessa faixa etária, poderão apresentar mais problemas de osteopenia e osteoporose. Por isso, as vezes fica mais fácil acreditar em soluções milagrosas do que investir em bons hábitos de vida. Nenhum medicamento substitui as opções de vida saudável.

 

Foto: Guetty Images