Notícias

Sarampo volta a assombrar brasileiros

23/03/2019

O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira (19) que o Brasil perdeu o certificado de país livre do sarampo. Considerada erradicada em 2016, a doença voltou com força total: no ano passado foram 10.326 casos e, o pior, as autoridades sanitárias indicam que está em ocorrendo um processo de difusão do vírus. 

 

Em três estados do Brasil (Amazonas, Roraima e Pará) a situação preocupa mais, por conta da vinda de migrantes, principalmente venezuelanos. Em Santos, a Secretaria de Saúde intensificou uma campanha de vacinação após a confirmação de dois casos na Cidade relacionados ao surto no navio MSC Seaview. A campanha é direcionada principalmente a pessoas entre 15 e 29 anos. “É preciso que se vacinem, independentemente de já terem tomado ou não a vacina, para que reforcem a proteção contra a doença. Esta faixa etária está mais suscetível ao contágio e, se ficar protegida, o restante da população também ficará”, explica o secretário municipal de Saúde, Fábio Ferraz.

 

A imunização é feita de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h, jovens e adultos do público alvo devem ir a uma das 29 policlínicas. Pessoas de qualquer idade podem ir às unidades de saúde para verificar se o esquema vacinal está incompleto e se precisa ou não tomar a dose. O ideal é levar a carteira de vacinação. 

 

A doença
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, provocada por um vírus, que pode levar à morte. As complicações que podem ocorrer são a otite média (inflamação no ouvido), broncopneumonia, diarreia e encefalite (inflamação do cérebro). O óbito é decorrente de complicações, especialmente a pneumonia e a encefalite.

 

Transmissão
A transmissão é direta de pessoa a pessoa, por meio das secreções expelidas pelo doente ao tossir, respirar, falar e que permanecem no ar, principalmente em ambientes fechados como escolas, creches, clínicas, meios de transporte. As pessoas infectadas são geralmente contagiosas cerca de 5 dias antes do aparecimento da erupção na pele até 5 dias depois.

 

Sintomas
Os sintomas aparecem em média de 10 a 12 dias desde a data da exposição. O primeiro sinal do sarampo é a febre alta que dura de quatro a sete dias, acompanhada de coriza, tosse, olhos avermelhados. Após alguns dias, surgem manchas avermelhadas na pele, com início na face e atrás do pescoço, progredindo em direção aos membros inferiores, duração de aproximadamente três dias, e desaparece na mesma ordem de aparecimento.

 

Tratamento
Não há tratamento específico, apenas o cuidado com os sintomas. As complicações devem ser combatidas com antibióticos, sob prescrição médica.

 

Prevenção
A vacina tríplice viral é a medida de prevenção mais eficaz contra o sarampo, protegendo também contra a rubéola e a caxumba.

 

Vacina
A primeira dose deve ser dada com um ano de idade e uma segunda dose no 15º mês. Adolescentes e adultos jovens até 29 anos devem ter duas doses da vacina. Adultos que nasceram após 1960, pelo menos uma dose.

 

A vacina tríplice viral é recomendada aos profissionais da educação, da saúde, viajantes, profissionais de turismo, motoristas de táxi, funcionários de hotéis e restaurantes, e outros que mantenham contato com viajantes internacionais.

 

Esta vacina não é recomendada para crianças menores de seis meses, gestantes e imunodeprimidos (pessoas com sistema imunológico frágil). Nos casos destes, o médico que acompanha o paciente deve fazer a avaliação e liberar ou não a aplicação da dose.

 

Isolamento
As pessoas com febre e manchas avermelhadas no corpo (exantema) devem ir imediatamente serviço médico e manter isolamento social, evitando o contato com outras pessoas que possam não estar protegidas contra a doença, além de reforçar as medidas de higiene pessoal e do ambiente. 

 

*Fonte: Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), da Secretaria de Estado da Saúde, e Seção de Vigilância Epidemiológica (Seviep), da Secretaria de Saúde de Santos.

 

Notícias falsas
Um dos motivos apontados pelos especialistas para a queda da cobertura vacinal, não só contra o sarampo mas também outras doenças, é a divulgação irresponsável de informações falsas sobre efeitos adversos provocados por vacinas. Um dos absurdos propagados é de que a vacina contra o sarampo provocaria autismo. Estudos realizados pela Academia Americana de Pediatria e o Statens Serum Institut, da Dinamarca, provaram que esta suspeita é absurda.

 

Ironicamente, um dos mais maiores militantes contra a obrigatoriedade de aplicação da vacinas contra catapora, o italiano Massimiliano Fedriga, foi internado por estar com… catapora!

 

Foto: Sxc.hu image bank