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Brasil vive onda de esquizofrenia generalizada

23/03/2019

Um estrangeiro razoavelmente bem informado que venha ao Brasil terá imensas dificuldades para entender um país cada vez mais esquizofrênico, surreal. Nem mesmo um filme de ficção científica poderia traduzir o que se passa por aqui. Dois ex-presidentes presos por corrupção, pelo menos outros dois (Collor e Dilma) correndo o mesmo risco  – o terceiro, Sarney, escapou da cana por idade avançada – e o atual achando que pode governar pelo twitter.

 

Se por acaso o estrangeiro parar no Rio de Janeiro, destino predileto de turistas desavisados, a tragédia ainda é maior: todos os ex-governadores vivos do Estado (5) ou estão presos ou já foram presos. Não bastasse, cinco deputados estaduais, presos também por corrupção, tomaram posse na Assembleia Legislativa, embora não possam exercer o mandato.

 

Mas no país em que a filha manda matar os pais e tem o benefício de sair da cadeia no…”Dia das Mães” tudo é possível. “O Brasil não é um país sério”, frase atribuída ao general Charles de Gaulle, estadista francês, nunca foi dita por ele, mas ela expressa hoje o sentimento de muitos cidadãos de bem.

 

O presidente da câmara dos Deputados, um gordinho com jeito sinistro, cheio de tiques, chamado de Botafogo por delatores, briga e passa um sabão público no ex-todo poderoso ministro da Justiça, Sérgio Moro, que devolve a bola quadrada, mas já percebeu que entrou numa fria ao aceitar o cargo.

 

O presidente atual, que foi eleito para acabar com a velha política, vê sua popularidade despencar, mas ainda não se deu conta que é preciso controlar seus rebentos e que o Palácio do Planalto não é quartel e que, tampouco, os políticos são monges franciscanos. Definitivamente a vida de Jair Bolsonaro não será fácil e nem ele continuará podendo governar pelo twitter.

 

Para completar a desgraça, O STF, nossa suprema corte, se desmoraliza a cada dia e agora resolveu comprar uma briga feia com o Ministério Público, cujos integrantes, por sua vez, adoram um holofote.

 

O Brasil virou um cabaré de quinta categoria. Uma confusão dos diabos e quem paga a conta, como sempre, é o contribuinte, cada vez mais assustado com tantos problemas, com o desemprego, com a maldita crise que não tem fim, e com a desesperança que vai tomando conta do país.

 

A questão é: até quando? 

 

Foto: Free Stock Image Bank