Engana-se quem pensa que o deputado Paulinho da Força é voz isolada dentro do Congresso. Seu pensamento segundo o qual uma reforma bem-sucedida da Previdência garantiria a reeleição de Jair Bolsonaro e que, portanto, não deve ser aprovada, é compartilhado por muitos parlamentares. Eles são os representantes da chamada velha política, que tira sua máscara sem pudor perante os olhos da Nação.
É fato público e notório que a irresponsabilidade política levou o Brasil a uma grave crise social e econômica, com mais de 13 milhões de desempregados e outros milhões de desalentados, gente sem esperança e sem expectativa. Pessoas sem presente e sem futuro.
As crises brasileiras são cíclicas e se aprofundam à medida em que o País se mostra incapaz de buscar soluções para seus problemas crônicos. Na década de 1950, o diplomata Oswaldo Aranha já dizia que o Brasil era um “deserto de homens e ideias” e o tempo mostrou que ele tinha razão.
A partir do processo de redemocratização o Brasil começou a viver tempos de esperança com a implantação do Plano Real, que acabou com a hiperinflação e garantiu estabilidade econômica.
Com Lula foram tempos de bonança, mas o PT logo se perdeu e na louca ambição de perpetuar-se no Poder comandou um processo gigantesco de corrupção. Os políticos nadaram de braçada no presidencialismo de coalização.
Grandes jogadas e interesses pessoais prevaleceram no Congresso e lá permanecem encastelados até hoje, conforme revela o pensamento torpe de Paulinho da Força.
A velha política é uma praga. Extingui-la será uma tarefa muito mais difícil que imaginavam os mais ingênuos. Por enquanto, seguimos sendo um “deserto de homens e ideias…”
