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Resenha da semana: John Wick 3: Parabellum

18/05/2019

Posso iniciar essa crítica dizendo que desde Mad Max: Estrada da Fúria, de 2015, eu não assistia a um filme de ação tão intenso e sensacional como este novo John Wick. Iniciando a franquia com um bom filme, mas intimista em relação ao segundo, que expande o universo e nos apresenta a um mundo repleto de super assassinos e com inacreditáveis cenas de ação, John Wick chega ao seu ápice com Parabellum, um filme inesquecível e que deixa sua marca como um dos melhores filmes de ação já realizado e consagra Keanu Reeves como um dos maiores atores de ação da nossa geração.

O filme começa exatamente depois do término do segundo, onde após assassinar o chefe da máfia Santino D'Antonio (Riccardo Scamarcio) no Hotel Continental, John Wick (Keanu Reeves) passa a ser perseguido pelos membros da Alta Cúpula sob a recompensa de U$14 milhões. Agora, ele precisa unir forças com antigos parceiros que o ajudaram no passado enquanto luta por sua sobrevivência. A franquia foi toda dirigida por Chad Stahelski, que continua dando aula de como dirigir cenas de ação. Todas as sequências são extremamente bem coreografadas, violentas, inventivas e alucinantes, onde me peguei por muitas vezes tenso e com os punhos cerrados. Para isso, vou dedicar algum tempo apenas falando dessas cenas, começando pela violenta sequência das facas em uma loja de armas antigas, que já te prende de imediato, passando pela inesquecível fuga de Casablanca, que talvez seja a melhor do filme (o que falar daqueles cães) e terminando na explosiva luta pela vida no Hotel Continental. É impressionante a energia que o diretor coloca nessas cenas, com uma ação visceral e espetacular. O roteiro, escrito a quatro mãos, se aprofunda ainda mais na mística da Alta Cúpula, apresentando novos personagens e mergulhando de vez na mitologia que se iniciou no segundo filme, abrindo diversas possibilidades para inúmeras sequências. Acabamos também conhecendo um pouco mais sobre o passado do protagonista, que apesar de mostrar habilidades fora do comum, sangra e apanha. Muito. 

A fotografia continua sendo um dos destaques da franquia, carregada em neon e espelhos que brilham nos olhos ao passo que os efeitos práticos em algumas cenas impressionam pelo realismo. O design de produção e de som também são caprichados, seja pelas intensas cenas de ação com sons que deixam tudo mais real até pelos cenários cheios de detalhes e bem trabalhados como a biblioteca municipal, os bairros asiáticos e o Hotel Continental.

O carisma de Keanu Reeves aliado a sua entrega física ao personagem faz com que John Wick se torne um dos melhores protagonistas de ação de todos os tempos. O ator faz praticamente todas suas cenas sem o uso de dublê,  e ao lado de Tom Cruise, mostra que são os mestres no gênero e que nem só de drama vive o ator.  Uma adição interessante a franquia é a de Halle Berry, que é basicamente uma versão feminina de John Wick e rouba as cenas em que aparece junto a seus dois cachorros, que são uma das melhores coisas do filme.

John Wick 3: Parabellum expande o universo da Alta Cúpula e apresenta sequências de ação que entrarão como uma das melhores da história. Definitivamente, essa franquia chegou para ficar apresentando uma direção enérgica e uma entrega absoluta de Keanu Reeves. Espero ansiosamente pela sequência. 

Curiosidades: A frase dita pelo personagem John Wick (Keanu Reeves) “Armas. Muitas armas” que aparece no trailer segue a mesma linha da que é utilizada pelo personagem Neo, também interpretado por Reeves, nas sequências de Matrix (1999). 
 

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