TV em Transe

Interatividade dispensável

16/05/2019

Com o advento das redes sociais, os veículos de comunicação se apressaram pra usá-las como forma de aumentar a interatividade com o telespectador/ouvinte/leitor.

Ok, nada de errado em utilizar ferramentas que a tecnologia dispõe. O problema é a forma de uso. E um lamentável episódio acontecido domingo passado ficou deixa isso bem claro.

Nas transmissões do futebol, a Rede Globo abriu espaço para os internautas votarem no “craque do jogo”. Pois na partida entre Santos e Vasco, o eleito foi o goleiro vascaíno Sidão – que não fez uma boa partida e falhou feio emum dos gols. Ou seja: quem votou quis gazer uma brincadeira e a Globo, de forma absurda, entregou o prêmio de melhor em campo ao goleiro. Um dos momentos mais constrangedores que eu já vi na telinha.    

Porque ninguém na direção da transmissão vetou a entrega? Bastaria explicar o ocorrido e pronto. Porém, foram inexplicavelmente adiante. Aí não adianta ficar pedindo desculpas depois, como fez a Globo em uma nota. Vários profissionais da rede também se manifestaram, entre eles Galvão Bueno, os comentraristas Casagrande e Roger Flores. Mas o estrago estava feito. 

A Globo já havia tido um sinal sobre o perigo do tal “craque do jogo” no amistoso entre Brasil e República Tcheca, em março. Na ocasião, os internautas elegeran o tcheco Kudela! O resultado da votação fez Galvão Bueno ir às gargalhadas. Em contrapartida, o caso Sidão não teve graça alguma.

Agora, decidiram mudar o formato da escolha, com os comentaristas tendo direito a voto.

Exagero – Na tevê, em especial os canais esportivos, o recurso da interatividade utilizando as redes sociais é usado de maneira exagerada. Uma coisa é selecionar perguntas enviadas, outra é poluir a telinha com comentários desnecessários, que não acrescentam absolutamente nada  – exemplo disso é o programa “Linha de Passe”, da ESPN.

Saindo dos esportes, quem também usa e abusa é o Multishow, especialmente quando exibe shows musicais ao vivo. Você está em casa assistindo e a todo instante surgem opiniões dispensáveis – algo que poderia, ao menos, ser mais filtrado.