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A solução está no diálogo

08/06/2019

A reforma da Previdência é fundamental para que o país volte a gerar empregos e a crescer, mas, por si só, também não vai resolver todos os problemas do país. O Brasil precisa de uma reforma tributária, que reduza os impostos abusivos, que inviabilizam comércio e indústria, e também de uma abertura do sistema bancário, hoje concentrado em meia dúzia de instituições que sugam o bolso de milhões de brasileiros.

Todas essas mudanças dependem do aval do Congresso e, infelizmente, boa parte dos parlamentares já se acostumou com o toma lá-dá-cá instituído com o chamado sistema de governo de coalizão e aperfeiçoado, para o mal, nos governos petistas.

Apesar da grave crise econômica que afeta o Brasil e deixa milhões de cidadãos desempregados e outros tantos desalentados, deputados e senadores, com poucas exceções, insistem em legislar olhando o próprio umbigo, ou seja, defendem seus interesses pessoais ou de grupos corporativos em detrimentos dos interesses nacionais.

De sua parte, o governo Bolsonaro pouco ajuda ao criar atritos muitas vezes desnecessários com o Congresso. A impressão que fica é a de que os maiores opositores ao atual governo são o próprio presidente e pessoas de seu círculo mais íntimo. Guerrear com o Congresso tem atrasado as reformas exigidas e, por consequência, impedido o país de retomar a rota do crescimento.

É legítimo que o presidente da República cobre do Congresso maior responsabilidade e, nesse ponto, tem o apoio de parcela significativa dos brasileiros, mas não será usando a força como instrumento de pressão que irá conseguir os objetivos prometidos durante a campanha eleitoral.

Numa democracia, o diálogo é fundamental para que a sociedade possa evoluir e viabilizar projetos que garantam o bem-estar da maioria da população. Se insistir na queda de braço, Bolsonaro pode provocar uma espécie de parlamentarismo branco e acabar como uma “rainha da Inglaterra” tupiniquim.

Estamos convencidos, portanto, de que o diálogo é o único caminho sensato para superar a crise.