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Vexame internacional

29/06/2019

Em apenas seis meses o governo Bolsonaro tem revelado uma capacidade assustadora de produzir crises e provocar polêmicas. Em alguns casos, vexames, mesmo. Como se o país não enfrentasse uma crise de grandes proporções, o presidente insiste em provocar atritos com praticamente todos os setores – Congresso, Judiciário, sociedade civil.

 

O fato é que as atitudes inusitadas de Bolsonaro, que mais parecem de uma criança mimada do que de um chefe de Executivo da grandeza do Brasil, causam perplexidade e criam uma antipatia desnecessária ao nosso país. O comportamento grosseiro do presidente faz escola no governo e é acompanhado por alguns ministros que desejam bajular o chefe.

 

Depois de 16 anos de escândalos protagonizados pelos governos petistas e de Michel Temer, o que o país mais precisa é de bom senso, de diálogo, de união do conjunto da sociedade para superar a grave crise econômica e moral que nos abala.

 

O problema é que Bolsonaro, eleito com mais de 57 milhões de votos, redobra a aposta na radicalização e tem mostrado ao país e ao mundo que lhe faltam competência e equilíbrio emocional para comandar a Nação. 

 

O episódio do militar preso com 39 quilos da cocaína na Espanha expôs o Brasil a um vexame internacional sem precedentes. Revela falha gravíssima na segurança da comitiva presidencial justamente no momento em que Bolsonaro participaria de uma reunião com líderes mundiais.

 

Não foi “falta de sorte”, como justificou o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno. Falta de sorte é jogar todos os dias na loteria e nunca acertar nada. No episódio em questão, mais uma vez, faltou competência ao governo Bolsonaro. E novamente passamos vergonha.