Falecido há uma semana vítima de um infarto, o jornalista Paulo Henrique Amorim ganhou uma homenagem no “Domingo Espetacular”, da Record, atração que apresentou por 16 anos.
Seria justo e normal não fosse por um detalhe: em junho, a emissora afastou o jornalista do comando do programa. Por pressões políticas, Paulo Henrique foi para a geladeira. Entretanto, durante a “reportagem tributo”, não se mencionou seu afastamento da revista dominical.
A irmã do jornalista, Marília Amorim, contou ao UOL que essa não foi a primeira vez que Paulo Henrique perdeu espaço na tevê por pressões políticas.
“Falamos pouco porque eu estava na França. Ele teve vários casos de perder o lugar dele por pressão política. Ele escreveu pra mim e falou ‘não se preocupe não, você sabe que eu tive isso várias vezes e que eu aguento o tranco. Me lembro que na Band ele tinha dois programas e havia acabado de receber dois prêmios; um era o jornal das 20h e outro era um programa de debates, de entrevistas. Poucos dias depois do prêmio, ele perdeu o programa por pressão do [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso. Ele já conhecia isso, mas claro que sempre é um baque forte. Parece que dessa vez foi demais e ele não aguentou”, revelou Marília.
Aí vem a rede do bispo Macedo jogar louros sobre o profissional depoois de sua morte, na maior cara de pau.
Aliás o caso de Paulo Henrique Amorim não foi o único de pressão sobre jornalistas e profissionais ligados à comunicação que criticam o atual governo federal. O historiador e comentarista político Marco Antonio Villa perdeu seu emprego na Rádio Jovem Pan, enquanto Rachel Shererazade teve sua cabeça pedida no SBT. Tristes tempos.
Lusa – A Band resolveu deixar de lado as novelas turcas (que nuinca fioram bem de audiência) e aposta agora numa produção portuguesa. Saiu "Minha Vida", que raramente chegava a um ponto no ibope, e entrou “Ouro Verde” – vencedora do Emmy.
Pelo menos no início a “troca de naconalidade” parece ter dado resultado. A trama lusitana rendeu 2,3 pontos de média logo na estreia. Não chega a ser lá grande coisa, mas em se tratando da Band e seu momento crítico, é motico até para comemoração.
Foto: Reprodução/Tv Record
