A ameaça de uma nova recessão global é mais um problema para o Brasil. Nossa economia patina desde o governo Dilma e não há sinais claros de que voltaremos a crescer de forma sustentável em um período curto de tempo. Enquanto o comércio e a indústria sofrem, não há alento para os mais de 12 milhões de desempregados.
O Brasil vive sua marcha da insensatez, com um presidente deslumbrado com o poder, mas totalmente despreparado para o cargo que lhe foi concedido por mais de 57 milhões de eleitores. Já vimos esse filme antes e o final não foi bom.
O mais estranho nessa nova tragédia tupiniquim é o fato de que as bobagens e loucuras disseminadas por Bolsonaro parecem estar contaminando pessoas inteligentes que ainda integram o governo. O ministro da Economia, Paulo Guedes, é um bom exemplo dessa loucura coletiva.
Profissional respeitado no mercado, Guedes afirmou a investidores que o Brasil não tem motivos para se preocupar com a eventual crise global e menos ainda com as turbulências na Argentina.
Inacreditável como a incompetência de um presidente pode contaminar a equipe. Não bastasse as bobagens que fala diariamente, Bolsonaro resolveu agora atacar o candidato favorito nas eleições da Argentina, terceiro maior parceiro comercial do Brasil. E durante a semana, criticou de forma deselegante os governos da Alemanha e da Noruega, que cortaram seus patrocínios ambientais no Brasil.
Bolsonaro calado é um poeta, mas é preocupante quando pessoas capacitadas, como o ministro Paulo Guedes, passam a seguir o mau exemplo do chefe.
Com a economia não se brinca e dinheiro não aceita desaforo. Bolsonaro prestaria um grande serviço ao país se começasse a governar ao invés de falar palavrões e atacar governos e possivelmente futuros governantes com quem o Brasil precisa manter boas relações.
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Fotos Públicas