Vida em Dia

Infecção de urina

17/08/2019

Fábio Atz Guino, urologista em Santos, explica que a infecção pode ocorrer no sistema urinário alto, que engloba os rins e os canais dos ureteres, ou baixo, atingindo a bexiga, a uretra e, no caso dos homens, ir até a próstata. “A grande diferença desses dois tipos de infecções é que, quando atingem a bexiga e uretra, são mais sintomáticas e provocam queixas de ardência, aumento da frequência urinária, urgência miccional, dor pélvica, aspecto turvo da urina e pode ocorrer a presença de sangue”.

Já as infecções renais, segundo o especialista, são acompanhadas de sinais mais graves como febre, queda do estado geral, dor lombar e até alterações da pressão arterial, taquicardia e confusão mental.

O diagnóstico é feito pelo exame físico completo, história do paciente e complementado pelos testes de urina, cultura e de imagem com o ultrassom, podendo evoluir para tomografias e exames com contraste. “A urocultura é essencial e, embora demore mais para sair o resultado, determina o tipo da bactéria e o medicamento mais apropriado para o tratamento”, explica Eloi Guilherme Moccellin, médico urologista da Santa Casa de Santos e professor de Urologia da Unimes.

As causas são diversas e variam da mulher para o homem. “Quando há infecção de fato tem que ter a presença de bactérias”, diz Fábio Atz. Na criança do sexo masculino, por exemplo, a doença pode aparecer em decorrência de alterações congênitas do trato urinário. Já na fase adulta, a contaminação vem principalmente das relações sexuais. E, na terceira idade, geralmente está relacionada a problemas de próstata. Os cálculos urinários também desencadeiam quadros de infecções tanto no homem quanto na mulher. 

Habitualmente essas bactérias vem do próprio organismo. Podem migrar do trato intestinal para a via urinária. Baixa imunidade e alterações de ciclos menstruais também podem desencadear o distúrbio. Manter uma boa dieta e o corpo hidratado é importantíssimo para se prevenir. “A produção de urina tem que ser constante para evitar que ela fique muito tempo parada na bexiga, que é o órgão de armazenamento. Isso evita que as bactérias se proliferem dentro do trato urinário”, alerta Fábio Atz. Não segurar o xixi também é fundamental.


Nem todo quadro de cistite, ou seja, de sintomas urinários de ardência, aumento de frequência e dor estão relacionados à presença de bactérias. Podem haver alterações da composição da urina. Isso porque determinados alimentos podem alterar o Ph e provocar os sintomas. Sucos de limão, abacaxi ou de outras frutas cítricas podem desencadear desconfortos miccionais, que não estão relacionados à presença de bactérias.

Eloi Guilherme Moccellin diz que as mulheres tem 10 vezes mais chances de sofrer de infecção urinária do que os homens por questões simplesmente anatômicas. “A uretra delas fica muito próxima do ânus e maioria das bactérias que atingem o trato urinário tem origem intestinal”. 

Quanto mais cedo iniciar o tratamento, melhor. “As bactérias que atingem a bexiga podem chegar até os rins. Caso o problema não seja bem cuidado, pode evoluir para uma septicemia, que é extremamente grave”.

Risco aumentado para a doença:

• Baixa hidratação
• Presença de diabetes
• Mudanças de parceiros sexuais
• Manipulação da área anal seguida da vaginal
• Presença de cálculos renais, que facilitam a proliferação das bactérias
• Higiene íntima ineficiente
• Doenças da próstata 
• Mulheres na menopausa