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A marcha da insensatez

24/08/2019

A pergunta do ministro Marco Aurélio de Mello aos colegas do STF se a possibilidade de redução de salários do funcionalismo público, proposta na Lei de Responsabilidade Fiscal, poderia atingir juízes e integrantes do Ministério Público é o retrato do que pensa a elite brasileira. As corporações garantem seus privilégios à custa de sofrimento e da desgraça de milhões de miseráveis.

Não chega a ser surpresa. Não é de hoje que o STF, a mais alta Corte da Justiça brasileira, julga de acordo com os interesses dos poderosos, o que explica o aumento brutal da desigualdade no país.

Vários estados brasileiros passam por grandes dificuldades econômicas. O maior exemplo é o Rio de Janeiro, onde os servidores ficaram com seus salários atrasados durante meses, exceto os integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público, que recebiam em dia por determinação do ministro do STF, Luiz Fux.

Para uma parcela significativa da elite brasileira, onde se inclui integrantes dos três poderes, pouco importa se o Brasil tem mais de 12 milhões de desempregados ou se pobres coitados morrem diariamente nas filas de hospitais. O que importa, na verdade, é manter seus privilégios.

É dentro dessa lógica perversa que o STF já formou maioria para impedir redução da jornada de trabalho e de salário de servidores em estados e municípios em condição pré-falimentar. Como em economia não existe almoço grátis, a conta desta insanidade será paga por você, leitor. E a conta virá de duas maneiras: ou via aumento de impostos, que já são abusivos, ou pela inflação.

Infelizmente estamos sendo governados por incompetentes, oportunistas e irresponsáveis, incapazes de pensar no bem do Brasil.
 

 

 

Foto: Agência Brasil