Ponto de Vista

Preservar sem condenar

27/08/2019

Meus amigos, acompanhamos nos últimos dias um verdadeiro embate entre o presidente do Brasil e alguns chefes de Estado de importantes nações da Europa. O motivo, a preservação da floresta amazônica, não é novo, mas voltou à tona com força total por conta dos incêndios verificados  e do aumento do desmatamento nos últimos meses.

 

Na realidade, o interesse dos europeus pela preservação da amazônia pode até ser legítimo, mas os interesses comerciais também não devem ser esquecidos. Me refiro, principalmente aos produtores franceses, representados por seu presidente Emmanuel Macron, que vêem no crescimemnto da produção agícola brasileira uma ameaça aos seus interesses.

 

Por outro lado, fosse o presidente Jair Bolsonaro um governante mais preparado e melhor assessorado, nas áreas ambiental e diplomática, certamente a imagem do Brasil não teria sido tão arranhada e as trocas de farpas entre líderes políticos teria sido evitada. Por outro lado, esse intenso debate serve de reflexão para um drama sobre o qual me atenho faz tempo. O Brasil é, estatisticamente, o país de dimensões continentais que mais preserva suas florestas em todo o planeta. Utiliza apenas 7 ou 8% de seu território para produção. Nesse contexto, a faixa litorânea é desde a década de 1990 a região mais atingida pelas restrições ambientais. Basta ver o que ocorre, ou o que não ocorre no litoral do Estado de São Paulo.

 

Por aqui não temos indústrias, não podemos construir parques temáticos, resorts, nem condomínios de alto padrão. Também são extremamente difíceis os investimentos habitacionais, que beneficiariam a população de menor renda, pois o custo dos terrenos é muito alto por conta do pequeno espaço que nos resta, já que a preservação ambiental domina uma parcela gigantesca de nossa área.

 

Entendo que já passou da hora de uma revisão honesta e equilibrada dessa situação. É preciso preservar a natureza em favor do próprio ser humano. Mas não podemos admitir que o ser humano seja condenado ao subdesenvolvimento, em determinadas regiões do país, enquanto em outras a preservação ambiental fica em segundo plano, favorecendo uma série de empreendimentos que geram emprego e renda a população.