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O criminoso condena o juiz

21/09/2019

Definitivamente o Brasil é um país surreal. Aqui prevalece a lógica do absurdo e, mais absurdo ainda, é que muita gente acha isso tudo muito natural. O exemplo mais recente vem da cadeia improvisada de Curitiba, onde o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, acusa o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol de serem “chefes de quadrilha”.

 

Indiciado em pelo menos mais seis processos e podendo receber outras condenações, Lula permanece com status de popstar e segue dando entrevistas quando quer e para quem quer. Já não se contenta em insistir que é inocente e em continuar fazendo política; agora parte para as ofensas ao ex-juiz e ao procurador que participaram do processo que o colocou na cadeia.

 

Além de chamar Moro de “chefe de quadrilha”, o ex-presidente afirma que o ex-juiz é “mentiroso” e teve um comportamento “canalha” durante o processo do triplex do Guarujá.

 

Não se conhece outro país do planeta onde o criminoso condena o juiz e faz acusações públicas de maneira irresponsável. Nunca é demais lembrar que a sentença proferida por Moro no caso do triplex do Guarujá, que levou o ex-presidente para a “cadeia spa” de Curitiba, foi confirmada em segunda e terceira instâncias.

 

Jus sperniandi é um termo bastante conhecido nos meios jurídicos e significa o “direito de espernear”, que Lula tem usado como poucos em sua cela especial em Curitiba. Mas o ex-presidente abusa dos holofotes quando passa a acusar, sem provas, autoridades por pura vingança. Esse tipo de comportamento é inaceitável em um país civilizado.

 

Inacreditável é que ainda tem gente que aplaude.

 

‘Além de chamar Moro de “chefe de quadrilha”, o ex-presidente afirma que o ex-juiz é “mentiroso” e teve um comportamento “canalha” durante o processo do tríplex do Guarujá.’

 

Foto: Reprodução/Youtube