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Nada mudou em Brasília

05/10/2019

O comportamento do Congresso revela que os parlamentares brasileiros não estão nem um pouco interessados em ouvir a voz das ruas, que clama por mudanças e sonha com um país ético e justo, que ofereça oportunidades iguais a todos.

 

Apesar da considerável renovação, o fato é que muitos dos novos parlamentares que chegaram à capital da República logo trataram de incorporar o chamado “espírito de corpo” das duas casas, Câmara e Senado, e passaram a defender seus próprios interesses. E o Brasil que se dane.

 

O governo que veio para mudar e acabar com a velha política também tratou de fazer seus acordos com os caciques do Congresso e até mesmo com ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), seja para aprovar projetos, seja para garantir interesses do clã Bolsonaro.

 

Está em curso, pois, o grande acordão proposto pelo então ministro de Michel Temer, Romero Jucá – que ele preferiu chamar de “pacto nacional” – que manteria o status quo. O principal objetivo de nossas elites hoje é manter seus privilégios e voltar aos velhos tempos em que a cadeia era o lugar ideal apenas para os ladrões de galinha.

 

Em resumo, se o grande acordo for viabilizado – e tem tudo para ser -, os políticos voltarão a ter verbas públicas generosas para suas campanhas e para se manter no poder, e os grandes corruptos da nação serão soltos. Para isso, pretendem validar até mesmo provas obtidas ilegalmente, desde que sirvam para beneficiar os poderosos encarcerados. 

 

Como se diz na gíria popular, está tudo dominado. É um escárnio. Essa gente só recua com o povo nas ruas.