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É preciso falar sobre a doença de Parkinson

12/10/2019

Doença neurológica, crônica e progressiva, sem causa conhecida, que atinge o sistema nervoso central e compromete os movimentos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o Parkinson atinge 200 mil pessoas no Brasil. Há seis anos, o ex-secretário de Cultura de Santos, Edmur Mesquita, descobriu ter a patologia. Após dedicar 40 anos para a vida pública, ele agora enfrenta outro caminho que desta vez é pessoal.

 

“Aceitar e reagir!”. Edmur diz que este é o primeiro passo para quem é diagnosticado pela doença que não tem cura e atinge em sua maioria pessoas com mais de 60 anos. “Não dá para fugir de algo que já está acontecendo, ainda que haja um processo, o primeiro passo é estar disposto a enfrentar”, compartilha.

 

A principal causa que o levou a expor sobre o problema foi de levantar a bandeira da conscientização. Para Edmur, é importante falar sobre a necessidade de um diagnóstico precoce, haver tratamentos acessíveis, quebrar barreiras de preconceito, permitir que as informações cheguem para as pessoas, e, de fato, enfrentar a doença como questão de política de saúde pública.

 

Por isso, pretende conversar na próxima semana com a Prefeitura de Santos, na tentativa de criar campanhas efetivas, a fim de alertar a sociedade e viabilizar o que for de responsabilidade política. “Tem muita gente que tem tremedeira e bebe muito e acha que é por conta da bebida, e não, este é um dos sintomas do Parkinson, mas a pessoa não sabe, não procura, ou se deixa levar pelo preconceito que ainda é muito forte”, relata.

 

EnfrentamentosAntes do Parkinson, outros problemas afetaram a sua vida e implicaram na saúde. “Tive dois infartos e fiz uma cirurgia cardíaca para implantar duas safenas e uma mamária”. A principal causa era pela forma de como levava a vida. “Era fumante desde cedo e comia muitas besteiras, mesmo sabendo que esse momento (a cirurgia) iria chegar pelo meu histórico familiar.” Diferente da doença que enfrenta hoje, Edmur assume que “estava preparado para aquilo”.

 

A primeira suspeita do Parkinson aconteceu quando durante um abraço em sua esposa, ela sentiu que o corpo do marido estava tremendo. No começo, não achou que fosse nada sério. Ao procurar um neurologista teve a confirmação. “Assim que eu soube procurei ficar sozinho, me fechar um pouco, pois o impacto foi grande. Mas quis reagir logo. Sempre enfrentei tudo, não seria naquele momento que iria me entregar”, relata.
 

 

Vida saudável

Foto: Arquivo Pessoal

 

Além das terapias e tratamentos médicos, buscar melhorar a qualidade de vida é um dos primeiros passos para quem enfrenta a doença. Praticante de tênis de quadra quando criança, Edmur se apropriou de algumas habilidades da modalidade para integrar ao tênis de mesa, esporte esse que pratica três vezes por semana em um clube de Santos.

 

O exercício auxilia na conservação da agilidade mental, da rapidez dos movimentos, do foco, reflexo, concentração, além de aumentar a funcionalidade, ajudando também no controle da massa corporal e proporcionando melhora no sono. Edmur levou a prática tão a serio que participa do primeiro Campeonato Mundial de Mesa-tenistas com Parkinson. A competição iniciou na sexta (11) e vai até domingo (13), em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

 

A doença
O Parkinson se manifesta quando 70% das células responsáveis pelo movimento já estão comprometidas. Os principais sintomas são tremores involuntários em situação de repouso, rigidez muscular, lentidão de movimentos, perda das expressões faciais, depressão, dores musculares constantes e constipação. 

 

O diagnóstico é basicamente clínico, baseado na expressão dos sinais e sintomas. O médico neurocirurgião diferencia-os dos que ocorres em outras doenças neurológicas que também afetam os movimentos. Os principais exames complementares para a confirmação são tomografia cerebral e ressonância magnética.

 

Foto: Pixabay