TV em Transe

Se joga dessa draga!

17/10/2019

Sabe quando você sintoniza um programa e sente vergonha pelo apresentador de tão ruim que é o negócio?

 

Pois foi a sensação que eu tive ao assistir o “Se Joga”, nova aposta da Rede Globo para salvar a faixa das 14 horas, que há tempos sofre com a concorrência – em especial as fofocas do “Hora da Venonosa”, da Record.

 

O que será que Fernanda Gentil, Fabiana Karla e Érico Brás fizeram pra merecer este castigo?

 

A intenção é apostar em fofoca e humor para emplacar no ibope. Até aí nada demais – ou melhor, mais do mesmo. O problema está no conteúdo, absolutamente desinteressante e sem graça. 

 

Há uma tentativa descabida de “imitar” a internet, e não sei quando os diretores de tevê por aí vão perceber que isso não dá certo. Não adianta chamar youtubers, entrevistar autores de memes para tentar atrair o público das redes sociais e do Youtube. Televisão e internet são dois veículos diferentes, com linguagens diferentes.

 

O resultado do “Se Joga” é um troço sem pé nem cabeça, que atira pra todo lado. Com o início aquém do esperado em termos de audiência, recorreram ao Mercalo Adnet pra tentar evitar a tragédia. Mas nem assim.

 

Atrás – A estreia aconteceu dia 30 de setembro, e até agora o programa não conseguiu o objetivo de bater o “Hora da Venenosa” uma única vez.

 

Pior: na segunda-feira, dia 14, amargou o terceiro lugar no ibope! O “Hora da Venenosa“ atingiu 9.3 pontos, contra 7.5 da série “The Thundermans”, no SBT. Só depois apareceu o “Se Joga”, com 7.3.

 

Fernanda Gentil declarou que considera as críticas “valiosas”. Se a gente ouvir as críticas construtivas, a gente agrada mais as pessoas e engloba mais gente. A crítica é muito valiosa!”, comentou em entrevista ao “TV Fama”, da Rede TV.

 

Acontece que o “Se Joga” tem se mostrado um tremendo equívoco que parece sem salvação. Uma coisa é uma atração nova que necessita de alguns ajustes, algo natural. Outra, bem mais difícil de reparar, é quando a proposta de uma forma geral não agrada. E quando isso ocorre a solução costuma ser a mais drástica possível: sair do ar.

 

Foto Fabiano Battaglin/GShow