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O mundo está errado

26/10/2019

Depois de concluído o plano para soltar o ex-presidente Lula, condenado em três instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, a próxima etapa será inocentá-lo do processo e declarar “suspeito” o então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública. O Brasil passará, também, a ser o único país do planeta onde um criminoso terá de ser julgado em quatro instâncias para, finalmente, poder ser declarado culpado.

 

O escárnio e a esbórnia são escancarados por advogados e juristas, muitos deles defensores dos grandes ladrões de colarinho branco, que saquearam a nação ao longo dos anos. O argumento principal beira ao ridículo: bandidos autores de crimes violentos podem, sim, ir para a cadeia a partir da condenação em segunda instância, ou mesmo, em primeira, desde que se comprove que representam um risco à sociedade.

 

É o caso de se perguntar: quem rouba milhões de reais, desviando recursos da saúde e da educação, não está praticando um crime violento e não representa risco à sociedade? Quem é mais perigoso? O ladrão da esquina ou o canalha que assalta os cofres públicos e contrata excelentes advogados para ficar impune?

 

É bastante provável que o STF, com o voto de seis ministros, dê um salve geral para a criminalidade de colarinho branco. Ricos e poderosos jamais irão para a cadeia e estarão recebendo carta branca para roubar e saquear a Nação da maneira mais infame. Tudo em nome do que diz a Constituição. É um deboche.

 

Os ministros do STF, os mesmos que gozam das maiores mordomias, como lagostas e vinhos premiados, andam em carros blindados e com seus seguranças pagos pelo contribuinte. Estão, portanto, pouco se lixando com o que vai acontecer com o Brasil.

 

Em nome de defender “garantias individuais”, vão mostrar ao mundo como se faz Justiça. “Parabéns”, estão destruindo o Brasil e mostrando às novas gerações de que, por aqui, o crime sempre será um bom negócio para os poderosos.

 

Foto Fellipe Sampaio /SCO/STF/Divulgação