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Deboche

07/12/2019

É simplesmente inacreditável que deputados e senadores aumentem o tal fundão eleitoral para R$ 3,8 bilhões num país que sofre com uma grave crise econômica e que tem mais de 12 milhões de desempregados e ainda milhões de miseráveis. É um deboche, uma afronta à República e um tapa na cara dos brasileiros de bem.

Os recursos serão retirados de áreas essenciais, como educação, saúde e infraestrutura e serão utilizados nas campanhas eleitorais de políticos que apenas revelam profundo desprezo pelo povo brasileiro.

Para não se queimar com os eleitores, os parlamentares, travestidos de representantes da população, resolveram promover o assalto ao Erário por intermédio de um acordo de lideranças. Nesse caso não houve divergência ideológica: tanto esquerda como direita se uniram com o mesmo objetivo: enfiar a mão no dinheiro do pobre contribuinte.

O assalto foi praticado por uma Comissão Mista do Congresso, mas terá de ser aprovado em plenário ainda este ano. É bem provável que passe se não houver grande pressão popular.

Nunca é demais lembrar que os políticos brasileiros, com poucas exceções, visam apenas seus próprios interesses e só recuam mediante forte pressão popular. O exemplo mais recente ocorreu em junho de 2013, quando violentas manifestações populares explodiram por todo o país. Foram iniciadas por um aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus, mas ganharam corpo e obrigaram autoridades de todo o país a recuar em medidas antipopulares. De repente, nossos políticos ficaram comportados…

Como o Brasil parece ter voltado à rotina, com o contribuinte aceitando, como natural, abusos dos três poderes, os parlamentares resolveram avançar no assalto ao Erário.

O fato é: ou a sociedade reage, ou deputados e senadores vão continuar praticando todo tipo de maldade – e haja maldade – que sabem praticar, com o cinismo de sempre, contra o cidadão brasileiro.

Parafraseando o filósofo e consul romano Marco Túlio Cícero é o caso de se perguntar: até quando, senhores deputados e senadores, vão abusar de nossa paciência?

 

Foto: Arquivo/Agência Brasil