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Câmara de Santos continuará sendo protagonista, afirma Rui de Rosis

25/01/2020

O Poder Legislativo deve se preocupar em discutir os grandes assuntos da cidade, como o desenvolvimento do Porto de Santos e a ligação seca entre Santos e Guarujá, em vez de se preocupar apenas com questões cotidianas como tapar buracos na rua ou podar árvores. É o que defende o presidente da Câmara santista, Rui de Rosis, que faz uma avaliação positiva de seu primeiro ano de gestão no comando da casa. Ele afirma que conseguiu realizar uma administração austera, com respeito ao dinheiro público, e muito produtiva. Neste ano, De Rosis pretende ampliar a participação popular com a realização de cursos e o incentivo à participação nas audiências públicas e sessões. 

 

Jornal da Orla – Qual avaliação o senhor faz de sua gestão no ano que passou e quais as perspectivas para este?
Rui de Rosis –
Eu fui eleito e assumi a Câmara no dia 2 de janeiro, mas começa-se a trabalhar somente em 2 fevereiro. A partir desse momento, eu botei uma visão do que eu realmente queria para o Parlamento santista. Eu achava que deveria fazer aquilo que eu tinha escutado do meu pai e do meu irmão, mas que eles não conseguiram fazer quando foram presidentes da Câmara. Eu tive condições de fazer e nós fizemos muitas coisas interessantes, trabalhos muito importantes. Agora, depois de um bom trabalho como esse, nós vamos entrar em 2020 e que será, sem dúvidas, muito especial. Primeiro porque é um ano de eleição. Elegem-se vereadores e prefeitos e nós temos que estar atentos a isso. É importante a pessoa falar sobre podar uma árvore, tapar um buraco, mas, para um vereador e a cidade, mais ainda são coisas macro. Discutir a ponte de Santos-Guarujá, a entrada da cidade, o desemprego no Porto. A sociedade precisa disso! 

 

Jornal da Orla- O que o Poder Legislativo pode fazer neste sentido?
Rui de Rosis –
A nossa região só vai ficar mais forte quando tivermos isso e pudermos discutir com todas as cidades vizinhas. Santos é, sem dúvida nenhuma, a protagonista, mas é precisa ter outras pessoas que ajudem o desenvolvimento. Santos precisa ter desenvolvimento. Eu escuto muito na rua as pessoas perguntarem “por que o meu filho tem que sair daqui?”. Nós temos que trazer emprego para a cidade! Outra coisa que é muito importante são os royalties. Não querendo desmerecer nenhuma cidade portuária, mas Ilhabela é uma cidade com 29 mil habitantes e tem R$1,2 bilhão de royalties. Como se explica isso? Nós precisamos ir ao governo federal e perguntar o porquê dessa situação. Santos precisa ter uma visão melhor não só do Governo Federal, mas do Estado também. Nós precisamos fazer com urgência o Túnel Zona Noroeste-Zona Leste. É algo de 800 metros. No Litoral Norte, na Tamoios, foram feitos cinco, um de 5 quilômetros, outro de 4 quilômetros, dois de 3 quilômetros e outro de 1 quilometro. Para chegar a São Sebastião, onde o porto só tem um berço. Sabe o que é isso? Representatividade! 

 

Jornal da Orla- Santos carece de representatividade? 
Rui de Rosis –
Veja o caso do Palácio da Polícia. Por que nós conseguimos trazer essas emendas? Porque somos representados no Governo do Estado. Temos o Tenente Coimbra, o Paulo Corrêa, o Kenny, o Caio França. Nós tínhamos representatividade e viram a necessidade quando os deputados foram falar com o governador. Mas nós só temos dois deputados no Congresso Nacional, Rosana Valle e Júnior Bozzella. A região teria muito maior número de políticos se a população visse que é importante votar nos candidatos da nossa região. Candidatos de outras cidades vieram aqui, tiraram fotos, mas fizeram o que pela cidade? “Ah, vou te dar R$200 mil reais para você fazer a calçada”. Não, Santos não pode ser assim! É a mesma coisa com a autoridade portuária. Como é que nós podemos ter autoridade portuária que acha que a Cidade é do Porto? O Porto faz parte da Cidade, é a Cidade que abraça o Porto!

 

Jornal da Orla – E o imóvel da escola Acácio de Paula Leite Sampaio, que a Câmara recebeu da Prefeitura? 
Rui de Rosis –
Foi um projeto nosso na Câmara, nós precisávamos fazer um desenvolvimento maior, ter uma qualificação melhor e eu precisava desenvolver um projeto da Escola do Legislativo e da Cidadania. 

 

Jornal da Orla – Como vai ser essa escola?
Rui de Rosis –
Essa escola vai ser voltada para que as pessoas entendam o que é o Legislativo, o Executivo e Judiciário. Nós já fizemos muito, foram 300 cursos de capacitação e as pessoas têm realmente procurado. Nós temos que mostrar não só o lado administrativo, mas o lado político. A Câmara também vai fazer discussões e nós vamos dar condições para os líderes comunitários. Emprestar a eles nossa experiência de como se pode fazer isso dentro da Câmara.

 

Jornal da Orla – A Escola da Cidadania vai fazer capacitação?
Rui de Rosis –
Já está fazendo! Nós estamos funcionando lá no auditório da Câmara Zeni de Sá Goulart. Já fizemos 300 capacitações. Temos trazido grandes palestrantes da USP. Fizemos um curso de oratória, que foi fantástico. Estamos mostrando qual é o caminho da política, da seriedade e da responsabilidade. Porque, se você for honesto, pode ter certeza que 60% está pronto. O Brasil anda!

 

Jornal da Orla – Como fazer a população participar mais da Câmara?
Rui de Rosis –
Fazê-la estar presente. Não adianta só votar no Rui de Rosis, tem que ir lá cobrá-lo, saber o porquê daquela votação. Eu vejo as galerias da Câmara sem ninguém. Só se vai lá quando a pessoa tem um interesse específico. Muita gente fala que não gosta da política, que não quer saber. Mas se você não gosta da política, tem quem goste e só tentará fazer leis que lhe beneficie, e não a sociedade como um todo. Estamos na Câmara de portas abertas para a sociedade, pois é a casa do povo. É onde se discute, se conversa e se busca soluções para a Cidade.

 

Jornal da Orla – Sobre a Câmara, neste 2020, o cidadão pode ter certeza que será mais um ano de austeridade em relação ao dinheiro público? 
Rui de Rosis –
Com certeza! Essa é a minha linha e a minha meta. Eu tenho uma linha de conduta que é a mesma do meu pai e do Marcus (De Rosis). Eles são a minha referência. Nas ruas as pessoas me dizem “de um filho de Oswaldo de Rosis, a gente não podia esperar outra coisa”. Eu quero pautar a minha conduta no respeito ao dinheiro público e naquilo que nós mais precisamos, que é o bom desenvolvimento do trabalho. Para mim, a publicidade dos atos é fundamental, porque ela traz transparência e mostra o que realmente a Câmara está fazendo. Neste ano, foram 17 mil trabalhos entre PLC, PLs, Leis Complementares, indicações e uma série de projetos. Mais de 1.400 por mês! A Câmara trabalhou!. Logicamente, ela precisa se qualificar mais. A Câmara não pode ficar apenas falando sobre buraco na rua, e sim discutir os grandes assuntos. Na minha gestão, a Câmara de Santos foi protagonista, e não coadjuvante, e assim vai continuar sendo.

 

Foto Divulgação