Santos

Por coronavírus, velórios e enterros devem seguir medidas de segurança

27/03/2020

O Ministério da Saúde publicou, na quarta-feira (25), um guia para padronizar os serviços em hospitais e funerários, diante do aumento de mortes – confirmadas e suspeitas causadas pelo novo coronavírus. O protocolo traz as orientações sobre como devem ser realizados os funerais, o manuseio do cadáver nos hospitais, em domicílio e em espaço público.

 

Até esta sexta (27), o Brasil contabiliza 78 mortes em decorrência da Covid-19.

 

Em Santos, a Seção de Vigilância Epidemiológica investiga sete óbitos que podem ter sido causados pela Covid-19, quatro de residentes na cidade. As informações oficiais sobre essas mortes passaram a ser divulgadas após a imprensa noticiar a suspeita de um idoso que veio a falecer na UPA da Zona Noroeste com o vírus.

 

Este óbito acendeu um alerta. Sem a confirmação da causa real da morte, todos os profissionais e familiares que lidaram com essas pessoas estariam em risco. 

 

Apesar da demora na divulgação de que pessoas já estariam morrendo em decorrência do novo coronavírus em Santos, o principal necrotério da cidade já vinha tomando medidas de segurança para o manejo de corpos, como o isolamento dos mortos, fechamento dos caixões e o uso de equipamentos por parte dos funcionários desse local, conforme apurou o Jornal da Orla. Mas os velórios seguiam acontecendo normalmente.

 

A Prefeitura, por ocasião das medidas de isolamento social, fechou cemitérios para visitação, permitindo apenas a entrada de familiares para a cerimônia de sepultamento. Além disso, não é permitida a abertura do caixão nas necrópoles, mesmo que a morte não tenha suspeita de coronavírus. 

 

Com a divulgação das novas diretrizes do Ministério da Saúde, o manejo, velórios, sepultamentos, necrópsia e os documentos para notificação das mortes passam a ter regras mais rígidas.

 

Velórios e funerais

Os velórios e funerais de pacientes confirmados ou suspeitos da Covid-19 não são recomendados durante os períodos de isolamento social e quarentena. Mas, caso sejam realizados, a orientação é de que o caixão fique fechado para evitar qualquer contato dos familiares com a vítima.

 

Além disso, os necrotérios devem disponilibizar água, sabão, papel toalha e álcool em gel a 70% para higienização das mãos durante todo o velório, que deve ser feito em local aberto ou ventilado, com restrição de público (apenas 10 familiares) e não deve contar com a presença de pessoas que pertencem ao grupo de risco para agravamento do novo coronavírus.

Assim como os velórios, os sepultamentos não devem ter aglomeração. A cremação está liberada.

 

Manejo pelos profissionais da saúde
A transmissão de doenças infecciosas, como a Covid-19, também pode ocorrer por meio do manejo de corpos. Isso é agravado por uma situação de ausência ou uso inadequado dos equipamentos de proteção individual. Nesse contexto, os profissionais envolvidos com os cuidados com o corpo ficam expostos ao risco de infecção. Por isso, é fundamental que estejam protegidos da exposição a sangue e fluidos corporais, objetos ou outras superfícies contaminadas. 

 

Se a pessoa confirmada ou suspeita de infecção por coronavírus falecer em casa é necessário comunicar a morte imediatamente ao serviço de saúde, como aos Bombeiros ou ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), ou mesmo ao médico de confiança da família, que não dever ter contato com o corpo. As pessoas que moram com o falecido deverão receber orientações de desinfecção dos ambientes e objetos, usando água sanitária.

 

A retirada do corpo deve ser feita por uma equipe de saúde, observando as medidas de precaução individual como o uso dos EPIs.