Notícias

Ditadores de estimação

02/03/2019
Ditadores de estimação | Jornal da Orla

A democracia é um bem universal, uma conquista da humanidade e como tal deve ser tratada. Infelizmente alguns líderes parecem não ter a menor noção de seu valor. Vejamos o caso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que estimula a queda do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e, ao mesmo tempo, chama outro ditador, Kim Jong-um, de “grande líder” – o mesmo Kim que ele, até pouco tempo atrás, comparava ao próprio demônio.

 

Ditadura, seja de esquerda ou de direita, só serve aos tiranos de plantão, pois oprime o povo, atropela direitos fundamentais, não aceita pensamento divergente e, sempre, promove a tortura – a mais covarde e brutal das ações que o ser humano pode praticar.

 

Não há, portanto, um mínimo de sinceridade nas declarações e no comportamento de Trump, considerado o homem mais poderoso do planeta pelo cargo que ocupa. Trump está apenas interessado e inflar o próprio ego e, é claro, em seus interesses comerciais.

 

Sobre Trump, aliás, seu ex-advogado, Michael Cohen, foi muito claro ao depor no Congresso dos EUA: é “racista, trapaceiro e mentiroso”, um homem capaz de usar milhares de dólares para comprar o silêncio de modelos com quem saia. Diante de tais revelações, o que o mundo pode esperar de um líder com esse caráter?

 

Infelizmente para nós brasileiros o presidente Jair Bolsonaro enxerga em Trump um modelo de liderança. Os elogios ao presidente dos EUA são frequentes e o seu pensamento sobre democracia parece ser igual: ao mesmo tempo em que trabalha pela saída do ditador Maduro, na Venezuela, Bolsonaro faz elogios ao falecido ditador do Paraguai, Alfredo Stroessener, um dos maiores corruptos da história do país vizinho e líder de um regime que torturou e matou opositores.

 

É preciso reagir a esse tipo de pensamento. Todas as ditaduras são condenáveis e não podemos aceitar, em hipótese alguma, ditadores de estimação.