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Uma reflexão sobre o massacre em Suzano

16/03/2019
Uma reflexão sobre o massacre em Suzano | Jornal da Orla

Depois do massacre em Suzano, especialistas tentam oferecer explicações para o ocorrido e soluções para evitar novas ações do gênero. Mas o fato é que não há explicação racional para a loucura simplesmente porque a alma humana é indecifrável.

Em um mundo cada vez mais insano, tentar enfrentar ações de perturbados emocionalmente com o uso de armas de fogo, como sugerem setores da sociedade, será certamente a pior das alternativas.

A liberação do uso de armas pelo governo Bolsonaro só irá agravar o problema e o tempo irá mostrar isso. Os casos de violência contra a mulher e a criança acontecem, em sua maioria, segundo as estatísticas, na esfera familiar. Imagine você, caro leitor, um cidadão violento que usa os punhos para espancar mulher e filhos tendo à sua disposição uma arma dentro de casa.

Não será a polícia e tampouco o uso da força intimidatória que irão impedir novas tragédias como a ocorrida em Suzano. No dia seguinte ela se repetiu na Nova Zelândia, com dezenas de mortos. Os autores dessas atrocidades são pessoas doentes e que apresentam um perfil aparentemente normal, o que dificulta uma ação preventiva.

É inegável que a era digital em que vivemos contribui para o isolamento das pessoas. O abraço fraterno e a conversa olho no olho foram substituídos por toques cada vez mais frios no celular. De alguma forma, as pessoas estão mais próximas e, paradoxalmente, mais sós. Na outra ponta, games violentos nos quais o jogador ganha pontos toda vez que o personagem mata inocentes virou febre entre jovens. Isso não pode acabar bem.

Laços familiares e relações afetivas verdadeiras são fundamentais na formação do caráter e para a felicidade do ser humano. Devem ser estimuladas e aplicadas no dia a dia. Mas não há respostas para o massacre de Suzano. Apenas perguntas. A única certeza é a de que mais armas não será a solução.

 

Foto: Reprodução/Facebook