Comportamento

Brincadeira de criança, como é bom

25/05/2019
Brincadeira de criança, como é bom | Jornal da Orla

“É brincando que se aprende!”. Se você já ouviu, ou até mesmo falou essa expressão, saiba que a afirmação está correta. A brincadeira é uma maneira natural de fomentar tanto a curiosidade quanto o conhecimento para as crianças. É por meio dela que os pequenos são estimulados a socializar facilitando a construção da autonomia, reflexão e criatividade. O “Dia Mundial do Brincar” é comemorado na próxima terça-feira (28), mas por que essa atividade é tão importante nos primeiros anos de vida?

 

Segundo a psicóloga Taís Costa Bento, brincar é uma das formas de a criança descobrir as coisas e sem elas, pode haver dificuldades em desenvolver alguns processos de aprendizagem. “Por exemplo, uma criança com atraso na fala ou linguagem pode ser por ausência de brincadeiras que exijam o treino disso. Se ela não é estimulada, pode apresentar uma dificuldade naquele desenvolvimento”. 

 

A psicóloga indica adequar às brincadeiras com base na etapa em que a criança se encontra e no que está aprendendo, pois é sempre positivo incluir brincadeiras que estimulem o aperfeiçoamento. “Se está aprendendo a falar, brincadeiras que estimulem isso será, além de um bom entretenimento, uma forma de desenvolver algo novo.”

 

Os tempos mudaram

É natural que as brincadeiras acompanhem o ritmo do desenvolvimento da sociedade. Com os avanços da tecnologia e o receio dos pais à violência nas ruas, os lazeres infantis passaram de externos, como era comum poucas décadas atrás, para internos. Muitos desses reduzindo às atividades sem movimentação e com aparato tecnológico. 

 

Para a psicóloga, a adaptação disso é necessária para ensinar brincadeiras que unam tecnologia e segurança, mas sem perder o prazer do entretenimento. “Um brincar com fundo educativo e que auxilie no desenvolvimento físico é sempre a melhor escolha”.

 

Como todo processo, é necessário prestar atenção com que tipo de brincadeira a criança está inteirada, principalmente em se tratando de jogos online. Tais explica que o que diferencia algo positivo de negativo é a forma como essa interação é apresentada e utilizada pela criança. 

 

Os jogos virtuais educativos podem servir como uma boa distração e ensinar coisas novas e úteis, mas dependem de como serão inseridos na rotina. “Se for como uma alternativa para mantê-la “quieta” por diversas horas, distraindo-a de sua energia normal, perde em partes a sua finalidade”, esclarece.

 

Os limites para a “hora de brincar” também são importantes. Regras precisam ser ensinadas e até mesmo acordadas junto com a criança. “É ideal que se explique o motivo daquela determinação. Assim a criança sente que sua opinião também é levada a sério e que algumas vezes precisa interromper atividades que gosta para realizar outras tarefas”.

 

Atividades ao ar livre

A psicóloga explica que os exercícios ao ar livre propiciam brincadeiras que são cooperativas e trabalham a interação social da criança com o meio e com o próximo. “Atividades que envolvam algum aspecto físico são de grande importância, pois estão em fase de desenvolvimento motor”. Esse processo está relacionado com a idade, tanto na postura quanto no movimento da criança. Ele é responsável por todos os aspectos de crescimento e sistemas do organismo.

 

Sendo assim, o “cair e machucar” também é um direito das crianças na hora de aprender, pois trabalha não só o convívio, a estrutura e os processos de informações, como também o lado emocional. “Esses são pontos importantes para o desenvolvimento da criança que, quando ausentes, podem auxiliar em algum déficit futuro”.

 

Não é só diversão
Brincar vai além. A dinâmica – complexa – na qual a criança se comunica consigo mesma e com tudo o que está ao seu redor é a primeira relação que desenvolve sentidos e entendimento de mundo bem como intelecto, habilidades e afetividade.  

 

A brincadeira infantil é uma maneira de futuros adultos se expressarem e formarem sentidos para o mundo. Quando crianças brincam, é como se estivessem a frente de assumir e experimentar vários papéis. Desta forma, são criadas ferramentas para agir diante a realidade, entendendo que as ações cotidianas se cumprem principalmente pelos papéis que cada um assume na sociedade.