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O crime (dos ricos) compensa

09/11/2019
O crime (dos ricos) compensa | Jornal da Orla

A decisão do STF de barrar a prisão após condenação em segunda instância é um duro golpe desferido contra os brasileiros de bem. O mais grave não é o fato de soltar o ex-presidente Lula e dezenas de outros corruptos e bandidos de colarinho branco, mas o fato de sinalizar que a roubalheira pode continuar sem que os ladrões corram risco de ir para a cadeia.

 

Na prática, o STF decidiu que apenas pobres, pretos e prostitutas, aqueles deserdados que não podem contratar bons advogados, continuarão sendo presos. Para esses infelizes, a cana será dura, como sempre foi.

 

Os grandes ladrões da república, aqueles que saquearam os cofres públicos, roubando dinheiro de hospitais, escolas, de obras importantes para o país, seguirão impunes e podendo usufruir do dinheiro roubado.

 

O 7 novembro de 2019 foi um dia triste para o Brasil e ficará na história como o Dia da Vergonha. Era pedra cantada, todos já sabiam com antecedência como votariam os ministros da pior Suprema Corte que o país já teve. Um julgamento político que beneficiou os “bons companheiros”.

 

“STF escritório do crime” foi o assunto mais comentado no twitter, mas a reação de uma sociedade humilhada ficou nisso. Mas os efeitos da trágica decisão do Supremo serão sentidos por muito tempo. Um STF sem o respeito do povo é péssimo para a democracia.

 

É simplesmente inacreditável, mas o Brasil será a única nação democrática em que um criminoso terá de ser julgado em quatro instâncias para, só então, ir para a cadeia. Isso significa que, com um bom advogado, o bandido rico jamais será preso. São tantos os recursos possíveis que um processo pode demorar até 40 anos para ser julgado em definitivo.

 

A decisão escandalosa, que contraria o que defendem juízes e integrantes do Ministério Público, só confirma uma certeza: é preciso mudar a maneira de indicação de ministros do Supremo. O atual presidente, Dias Toffoli, por exemplo, foi reprovado duas vezes em concurso para juiz. Como pode estar no STF?

 

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil