Parabéns à TV Cultura por não ignorar o dia em que Elis Regina completaria 75 anos de idade – 17 de março.
Em meio à essa loucura provocada pela pandemia do coronavírus, foi a única emissora de televisão e destacar a data. Algo merecido em se tratando daquela que muitos consideram a maior cantora brasileira de todos os tempos.
A homenagem começou com as pílulas “Essa Mulher”, que foram ao ar durante intervalos da programação, mostrando depoimentos de artistas sobre Elis. Na segunda (dia 16) a Cultura exibiu uma entrevista concedida por ela ao excelente programa “Vox Populi”, em 1978. Já no dia 17, vieram três atrações na sequência. Primeiro, Marcelo Tas recebeu no “Provoca” um dos filhos de Elis, o produtor musical João Marcelo Bôscoli.
Em seguida, o canal exibiu o inédito documentário “Transversal do Tempo”, que traça um paralelo entre pensamentos extremamente atuais de Elis – falecida em 1981 – com os de seus três filhos: João Marcelo, Pedro Camargo Mariano e Maria Rita. Eles falam sobre a infância, a convivência com a mãe e sua carreira artística.
Para encerrar, uma edição do “jogo da Verdade” que acabou sendo a última entrevista concedida por Elis Regina a um programa de tevê.
Música – Claro que são muitos momentos a se destacar, mas cito um treco do “Vox Populi” em que Elis reclama do excesso de música estrangeira que tocava nas rádios no final dos anos 70. “Não sou contra a música estrangeira, o problema é a imposição de música de péssimo nível, como essa discoteca”, disse ela, citando o gênero que foi febre no final da década de 70.
Aí fiquei imaginando se Elis ainda estivesse viva. Hoje a música nacional é dominante, mas o que será que ela diria sobre o nível daquilo que a maioris das rádios toca? Acho que ficaria com saudades da discoteca…
Aliás, vê-la e ouvi-la cantando composições de monstros sagrados como Tom Jobim, Milton Nascimento, Gilberto Gil e João Bosco prova o quanto nossa música popular decaiu. A diferença é simplesmente abismal.
Foto: Divulgação
