Digital Jazz

O genial Dave Brubeck

11/04/2020
O genial Dave Brubeck | Jornal da Orla

Ele é um dos meus pianistas preferidos. Seu nome: Dave Brubeck, que pode ser considerado como um dos principais e mais influentes pianistas da história do Jazz.

Sua carreira começou a ganhar destaque no ano de 1951 quando lançou e liderou seu “célebre” quarteto e pela sua genialidade foi o primeiro músico de Jazz branco a ter seu rosto estampado na renomada revista americana “Time”, na edição de 8 de novembro de 1954. Na matéria ele dizia que o Jazz “poderia ser frenético, inovador e sofisticado”. Sábias palavras que ficaram marcadas na história. Ficou muito agradecido pela matéria e convencido que a partir daquele momento as pessoas passariam a interpretar o Jazz de outra forma, talvez de uma forma menos revolucionária e rebelde. 

Em 1959, lançou o álbum “Time Out”, para o selo Columbia, que é considerado um dos discos mais importantes de todos os lançamentos do Jazz, e que na época ultrapassou a histórica e surpreendente marca de vendas de mais de 1 milhão de cópias. O disco tinha alguns ingredientes para dar errado: somente composições inéditas e interpretações em andamentos muito inovadores e bem diferentes do que era ouvido na época. 

Na prática, o disco se tornou um verdadeiro fenômeno, cultuado até os dias de hoje. E no seu repertório, encontramos o tema “Take Five” (composição de Paul Desmond, saxofonista do seu quarteto), considerado também um dos temas mais marcantes de todos os tempos. É um dos meus temas preferidos e extremamente marcante na sua pulsação ritmada. Ao ouvir, sinta que é impossível ficar parado e automaticamente alguma parte do corpo, começa a se movimentar. Ao seu lado, estiveram os também geniais Paul Desmond (sax alto), um verdadeiro monstro, Eugene Wright (contrabaixo) e Joe Morello (bateria).

Versátil e criativo, Brubeck também compôs temas clássicos para óperas e balés, não negando suas fortes influências da música clássica, que inclusive também levou fortemente para o mundo do Jazz. 

Em sua trajetória musical fez o Jazz ser mais alegre e lembramos sempre com muito carinho deste grande nome que foi parte integrante e importante na formação da história do Jazz, como um dos seus principais personagens. 

 

Bossacucanova – “Ao Vivo”

O belo trabalho intitulaso “Ao Vivo” do trio carioca Bossacucanova foi lançado no ano de 1997 pelo Dj Marcelinho Da Lua, o contrabaixista Márcio Menescal (filho do mestre Roberto Menescal) e o tecladista Alexandre Moreira (os 3 também são produtores).

 

O grupo ficou conhecido por revisitar os clássicos da Bossa Nova, dando uma roupagem mais atualizada aos clássicos do gênero, numa mistura bem equilibrada da sua batida tradicional com os elementos mais eletrônicos. 

 

No ano de 2008, depois de tantas homenagens ao seu cinquentenário da bossa nova, o grupo resolveu lançar no formato CD + DVD um apanhado da sua carreira, aproveitando para também celebrar o gênero, trazendo como convidados Carlos Lyra, Roberto Menescal, Marcos Valle, João Donato, Leo Gandelman, Ed Motta, Wilson Simoninha, Jaques Morelembaun entre outros. 

 

Merecem também destaque as participações de Cris Delanno nos vocais e flauta, Dado Brother na bateria e percussão, Flávio Mendes na guitarra, violão e vocais, Rodrigo Sha nos saxofones, flauta e voz, Marlon Sette no trombone e Laudir de Oliveira na percussão. 

 

Do repertório apresentado pelo trio e seus convidados, seleciono “Samba da Minha Terra”, “Essa Moça Tá Diferente”, “Samba de Verão”, “Bom dia Rio (Posto 6)”, “Garota de Ipanema” e “Balanço Zona Sul”. 

 

O grupo Bossacucanova é grande prova de que a Bossa Nova continua nova e revigorada, com muito fôlego para ser cultuada por mais 50 anos ou mais.

 

Os Cariocas – “Estamos Aí”


“Estamos Aí” foi o último CD lançado pelo conjunto vocal com a sua 10ª. formação, que teve  o maestro Severino Filho na 1ª. voz, piano e teclados (líder e único integrante que participou de todas as formações do grupo),  Fábio Luna na 2ª. voz, bateria, percussão e flautas (novo integrante), Neil Teixeira na 3ª. voz e contrabaixo e Eloi Vicente na 4ª. voz, violão e guitarra. 

O disco (70º. da carreira) foi lançado em 2013 pelo selo Biscoito Fino, 65 anos após o lançamento do primeiro disco do grupo carioca, um 78 rotações do ano de 1948, contando com as participações especiais de Chico Buarque, Francis Hime, João Carlos Coutinho, Leny Andrade Chiquito Braga, Félix Junior e Hernane Castro. 

Falar de “Os Cariocas” é falar da própria história da Bossa Nova. O grupo está sempre se renovando, mas tem a preocupação de manter suas características vocais exclusivas, que o fazem ser reconhecidos imediatamente quando o ouvimos. 

Destaco os temas “Eu e a Brisa”, “Januária” (uma sensível homenagem ao Magro, integrante do grupo MPB-4, falecido no ano passado), “Que Maravilha”, “Marina” (gravado à capela de uma forma muito especial), “A Noiva da Cidade”, “A Felicidade” e a faixa título “Estamos Aí”, a minha preferida, que contou com a participação da diva Leny Andrade. 

O escritor Ruy Castro escreveu sobre o disco: “Não é um grupo vocal, mas uma constelação – que às vezes explode e ilumina toda a cena musical. 

Os Cariocas são assim”. Cresci ouvindo o som mágico de “Os Cariocas” e, para mim, ouvi-los cantar é sempre um grande prazer, uma grande emoção, que faz bater mais forte o coração.