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Coronavírus: Conheça as armas de combate à doença

18/04/2020
Coronavírus: Conheça as armas de combate à doença | Jornal da Orla

Ainda não existe um protocolo específico de tratamento para a Covid-19. Temos muitos estudos em andamento, alguns medicamentos de uso estritamente prescritos pelo médico e muitas fake news. Fique de olho!

 

O medo coletivo da população mundial tem levado a uma confusão nas informações relacionadas aos tratamentos de combate ao novo coronavírus, que se comporta de maneiras diferentes em cada organismo. De acordo com o médico sanitarista Alexandre Chieppe, especialista em saúde coletiva, o risco de pegar o vírus sempre vai existir porque ele se espalha com o contato humano e é praticamente impossível restringi-lo a um único local. “Também não se pode dizer qual é o grau de letalidade da doença, pois tudo ainda é muito recente. Os sintomas envolvem febre, tosse e secreção, podendo evoluir para p neumonia , insuficiência respiratória ou encefalite viral”.

No que diz respeito aos tratamentos, ainda não existe um protocolo definido. E isso vai desde absolutamente nada até o uso de antibióticos, corticoides e demais princípios ativos. Veja o mecanismo de ação dos principais medicamentos usados:

Hidroxicloroquina e cloroquina: A recomendação do Ministério da Saúde para a utilização da hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento contra a Covid-19 chama-se uso off label (fora do que está prescrito na bula do medicamento) e é uma prática usada, mas para casos muitos graves. Foi nesse sentido que o governo brasileiro liberou esses medicamentos, mas de acordo com a decisão de cada médico sobre sua aplicação em relação a cada paciente específico. É imprescindível ter acompanhame nto m&ea cute;dico, já que possuem efeitos colaterais sérios. A cloroquina e a hidroxicloroquina afetam o coração e podem levar à morte. Além disso, a automedicação traz o risco de interação medicamentosa com outros remédios que a pessoa tome regularmente, o que pode agravar a toxicidade.

Plasma: Tem se estudado o uso do plasma sanguíneo de pacientes recuperados da Covid-19 no tratamento da doença. O Ministério da Saúde tem apoiado instituições e monitorado diariamente pesquisas que objetivam identificar um tratamento efetivo. O procedimento consiste na transfusão do plasma (a parte líquida do sangue) de um paciente curado para uma pessoa infectada. Nessa terapia, espera-se que os anticorpos presentes no plasma forneçam imunidade às pessoas com a doença. Esses estudos buscam a diminuição dos sintomas da infec ção e da carga viral no organismo, resultando na otimização de leitos de UTIs.

Vitamina D: Não há evidência científica de que o uso da vitamina D protege contra o novo coronavírus. No entanto, a vitamina D melhora a imunidade do ponto de vista laboratorial, mas isso não está comprovadamente associado a uma redução de risco de infecção por coronavírus ou dos seus sintomas na forma mais grave. Estudos recentes de pesquisadores da Universidade de Turim, na Itália, indicam que a vitamina D pode ter ação preventiva contra a Covid-19. Na reportagem publicada pela própria universid ade, os pesquisadores explicam que o objetivo da pesquisa é levar essa reflexão à comunidade científica. O estudo foi baseado em literatura já existente e calcada na informação de que a Vitamina D pode ter efeito preventivo, protetor e terapêutico nas infecções do trato respiratório, incluindo infecções virais em geral e por coronavírus.

Azitromicina: Trata-se de um antibiótico e, portanto, não ataca vírus. Os antibióticos são indicados apenas contra bactérias. No entanto, a azitromicina pode ser um recurso no caso do quadro viral desencadear uma segunda infecção, no caso bacteriana.