Vida em Dia

chr39É preciso amar para não adoecerchr39

23/05/2020
chr39É preciso amar para não adoecerchr39 | Jornal da Orla

Nesta fase difícil de isolamento social e maior convivência familiar, é importante também prevenir o adoecimento psicológico, que reflete diretamente na dinâmica das famílias e na vida cotidiana. A neuropsicóloga e psicanalista Leninha Wagner, do Rio de Janeiro, ressalta o impacto das mudanças promovidas pela quarentena, que envolve principalmente a situação de confinamento e a ameaça biológica do covid-19: “Todos nós, profissionais da saúde mental, estamos preocupados com os desdobramentos do panorama mundial, que nos obrigou ao isolamento social gerando tantas incertezas, medo e ansiedade. Todo este cenário negativo irá desencad ear -&nb sp;de forma irreversível – problemas na psiquê humana.

 

Estamos com a atenção focada na saúde do corpo e com total razão. Porém, já começa a aparecer aumento substancial de adoecimento psíquico. O ser humano é, por essência, paradoxal, isto é, somos um ‘indivíduo de relação’. Somos inteiros e indivisíveis, mas precisamos nos relacionar. Como bem disse Freud: é preciso amar para não adoecer”.

Vida em família
A especialista ressalta que a situação em que estamos vivendo pode abalar as relações familiares, mesmo que elas sejam fortes: “Apesar do corte do cordão umbilical, os laços afetivos e emocionais nos ligam para toda a jornada da vida. Mas ainda assim, todo excesso esconde uma falta. E no excesso do convívio familiar nos faltarão as relações sociais e profissionais, que nos dão prazer e nos acalmam a alma. Porém, os relacionamentos, que em psicanálise chamamos de ‘afetos’- o quanto eu te afeto,  o quanto por você sou afetado – há sempre uma carga emocional ambivalente, isto é, amor e ódio ficam se duelando para trazer o equilíbrio à relação, seja ela familiar, afetiva ou amorosa.”

Segundo Leninha Wagner, a face oculta do amor pode ser a raiva. Logo, lidar com essa emoção tão poderosa quanto negativa, em tempos de confinamento e excesso de convívio familiar, pode fazer emergir conteúdos latentes que estavam mascarados entre as distrações do convívio social. "Quando somos tolhidos dessas distrações e confrontados a médio ou longo prazo com aquilo que contemos, mas escondemos de nós mesmos, tudo isso pode se manifestar em ondas de calorosas discussões, com projeções de aspectos que são da própria pessoa. Mas ela usa da negação sobre si, para enxergar no outro todos os pontos negativos da relação. Chegará o momento em que a ‘cara metade’, já não é tão cara e deixará de ser metade.”

A neuropsicóloga também ressalta a imprevisibilidade da situação em que estamos. “Fomos de forma inesperada obrigados a nos isolar socialmente e passamos a conviver bem mais próximo da família. Esposa e marido, filhos e pais, irmãos e avós etc… Algumas relações estarão diante de um caso clínico de extremos. Haverá uma ruptura irreversível ou o fortalecimento da união. Conflitos e confrontos virão à tona, mágoas e cobranças irão emergir. Todos os conteúdos que estavam escondidos sob as camadas das ocupações da rotina diária: trabalho, academia, shoppings, drinques, bate-papos, escola das crianças e passeios com as amigas estarão contidos naquilo que não pode mais conter tanto assim: o lar.”

Mantenha o equilíbrio
Para evitar ainda mais estresse e até possíveis rompimentos, o casal precisa buscar a sintonia perdida, para que ambos sejam atendidos em suas necessidades, alcançando assim o bem estar individual e do casal. “É necessário abrir o canal de comunicação, que chamamos de diálogo. Rever o contrato antigo, que chamamos de casamento, inserindo novas cláusulas com o firme propósito de restabelecer a vida conjugal. Tudo voltará ao normal, pois esse momento também passará como todos os outros passaram. Mas, para ultrapassar a fase com sucesso, é necessário equilíbrio e saúde emocional. Certamente há a possibilidade de sairmos mais madu ros e fo rtalecidos com todo o aprendizado que o momento pode nos oferecer.” Aproveite e faça o seu melhor! 
 

É hora de equilibrar a alimentação
Uma alimentação regrada e equilibrada é sempre aliada da saúde e do bem-estar. Entre os alimentos indispensáveis para o bom funcionamento do organismo humano estão os macronutrientes. “Eles recebem esse nome justamente por representarem os nutrientes que o corpo precisa em grandes quantidades e que constituem a maior parte da dieta. Capazes de fornecer energia, eles são fundamentais para o desenvolvimento e manutenção do corpo, destaca o médico nutrólogo Elifas Rodrigues, da clínica Benessere, em São Paulo. Ele dá sugestões para ingestão equilibrada de macronutrientes:

Carboidratos: são considerados as principais fontes alimentares para a produção de energia, além de exercerem inúmeras funções metabólicas e estruturais no organismo. Batatas, grãos, frutas e legumes são alguns exemplos.

Proteína: é fundamental para a construção muscular e pode ser encontrada em carnes, aves, peixes, ovos e também em fontes vegetais (tofu e lentilhas).

Gorduras: são substâncias orgânicas de origem animal ou vegetal formadas predominantemente por produtos de condensação entre glicerol e ácidos graxos. São encontradas em óleos, nozes e sementes.