Clara Monforte

Brasileiros (nascidos em Santos) que mudaram de país

04/07/2020
Brasileiros (nascidos em Santos) que mudaram de país | Jornal da Orla

Semana passada, falaram na página pessoas que mudaram suas atividades profissionais e escolheram assumir outras, bem diferentes de suas formações acadêmicas.

Nesta coluna, BRASILEIROS (nascidos em Santos) QUE MUDARAM DE PAÍS! E você, gostaria de fazer o mesmo?

CIDÃO (Alcídio Michael Ferreira de Mello)

Comecei minha vida no voleibol, no Colégio Canadá, com o professor Negrelli que, com minha família, foram meus incentivadores. Logo fui convocado para a seleção juvenil e a partir daí, levei o voleibol como profissão atuando na Seleção Brasileira por muitos anos. Estudei inglês e me formei em Educação Física e Esportes na Unisanta. Em 2012, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa me convidou para assumir a Secretaria de Esportes, onde comandei o esporte santista por 4 anos. Por viajar muito pelo mundo, tive vontade de morar fora do Brasil, então, resolvemos dar oportunidade para nossa filha, Aline, aprender outro idioma e conviver com outra cultura. Estamos morando em Orlando, na Flórida, abri a BREEZE RENT A CAR, locadora de veículos, que dá suporte para brasileiros que para cá viajam.

Estamos adorando a nova fase da vida. Minha filha estuda numa escola fantástica a 5 minutos de casa com uma estrutura de dar inveja, tem respeito às leis, educação, segurança em poder andar na rua a qualquer hora sem medo. Mas tem o outro lado…deixar a família, fazer tudo dentro de casa, cuidar do jardim etc, é muito difícil, mas é o estilo de vida do americano. Quem pensa em mudar para outro país, pense bem, se prepare e coragem.

MARCELO PISTELLI
Após uma viagem pela Europa, em outubro de 2015, meu filho foi convidado a jogar futebol em Portugal. E eu recebi um convite para advogar num grande escritório, na cidade do Porto, para onde nos mudamos em março de 2016. Com a situação de residência e cidadania regularizadas, a adaptação não foi difícil. Vivemos uma vida parecida com a de Santos, pois morávamos à beira da praia. A saudade da família, dos amigos e a variação cambial foram os pontos negativos. Conseguimos, graças a Deus, viver como esperávamos. Um ponto que para nós era secundário, passou a ser o primordial…a segurança. Meus filhos tiveram uma adolescência livre, além de desfrutarem de excelentes estudos públicos. Com isso, eles falam vários idiomas, sem gastos extras, rsrs. Minha filha está preparada para ingressar na Universidade.

Em julho de 2019, meu filho foi convidado para jogar num time em Madrid, uma cidade maravilhosa para se viver! Os espanhóis são solícitos com os brasileiros, nos sentimos muito acolhidos. Hoje me divido entre Madrid e o Porto, onde advogo com pedidos de nacionalidades e homologações de sentenças estrangeiras. O amor por Santos permanece, e nas férias vamos para a nossa cidade para matar as saudades!
 

 

WALISON FONSECA

Bem bacana entrar no assunto da minha carreira internacional como modelo, que começou em Santos, aos 14 anos de idade. Caminhando com minha mãe pelo Gonzaga, fomos abordados por uma dona de uma agência de modelos, que perguntou se tinha interesse em me introduzir na carreira artística. Daí, comecei a participar de apoio de elenco em novelas, no Rio de Janeiro, e atuei com ícones da TV como Francisco Cuoco, Daniel Oliveira, Fernanda Montenegro entre outros, na novela Passione. Nesse período, entrei num grupo de teatro, onde atuei por 6 anos. 

Em seguida, fui descoberto por um agente em São Paulo e iniciei a carreira internacional. Aí começou um novo ciclo de vida. Modelei no México, para marcas de luxo, onde residi por um ano. Após, recebi convite para New York e não pensei duas vezes. Nos EUA, realizei trabalhos com marcas potentes como Guess, Náutica, revistas como Men’s Health e Fashion Week. Passei por mais de 20 países e residi em 5 deles. Hoje moro em Istambul, atuo como ator em comerciais de TV, e faço trabalhos como modelo. Uma das coisas que mais tenho saudades do Brasil é de minha filha querida, princesa Amaya, o melhor presente da minha vida. Claro que também de minha mãe e família.

 

LUCIANA ARAUJO GIL

Eu saí do Brasil em 2003, após fazer graduação em Administração de Empresas, na Unisanta, e Mestrado na PUC, em Marketing. Cinco anos depois, consegui uma bolsa de estudos para fazer PHD, na Michigan State University; meu plano inicial era ficar lá, até completar o MBA e fiquei por 5 anos! À época, era casada (casei na Igreja do Valongo, em Santos), meu ex-marido foi promovido para Singapura, onde ficamos 3 anos, dei aula na NTU (Nanyang Technological University). Depois do Brasil, Singapura é meu país favorito e foi muito difícil sair de lá, tem sol o tempo todo e as coisas acontecem, mas, por conta de mais uma promoção profissional do meu ex-marido, fomos para Londres, por 2 anos e tive a minha filha Sofia.

Após, mudamos para o Chile, nos divorciamos e, há 7 anos, continuo vivendo com Sofia e Daniel que nasceu aqui. Dou aula de Marketing, na Diego Portales University, faço pesquisas, escrevo matérias para jornais internacionais. Gosto de morar aqui…é seguro, a comunidade brasileira é unida, uma vez ao mês tem Missa em português, as festas juninas são maravilhosas. Todos os anos, em fevereiro, passo as férias dos meus filhos, que coincidem com as minhas, em Santos, onde eles sonham morar. Pra ser sincera, eu também gostaria de voltar para o Brasil.

 

A FLOR E A MÚSICA

Como vivermos sem essas riquezas que encantam e acalentam? As flores têm papel nas nossas vidas desde o dia do nascimento, presenteadas às nossas mães, até o último dia de nossa existência, fazendo parte da cerimônia final. Nas festas são imprescindíveis, nos lares além de enfeitarem, retiram energias negativas, purificam o ar e preenchem de cores e alegria o nosso olhar. Quando com elas conversamos tornam-se mais belas e viçosas. Tal e qual a vida têm espinhos. Assim é a natureza. Ouvindo música…sorrimos, choramos, relembramos amores, paixões e desencantos, dançamos e cantarolamos, mesmo sem termos o menor ritmo. A música auxilia na cura de doenças. Tudo o que fazemos faz mais sentido ao som de uma música. Aumenta a concentração, preenche o ambiente, quebra maus pensamentos, afasta o silêncio excessivo e embala o coração. Assim é a vida.