Saúde

Obesidade aumenta risco de condromalácia patelar

07/11/2020
Obesidade aumenta risco de condromalácia patelar | Jornal da Orla

Dados do IBGE indicam que, em 16 anos, o número de brasileiros obesos dobrou. Além do aumentar o risco de desenvolver doenças crônicas como hipertensão e diabetes, o aumento do peso favorece o aparecimento de outro problema que pode acompanhar a pessoa pelo resto da vida: o desgaste da cartilagem dos joelhos — a condromalácia patelar.

Patela é nome atual da rótula, um dos ossos que formam a articulação do joelho. A patela tem duas funções importantes: a flexão e, principalmente, a extensão dos joelhos. “É essa estrutura que evita o atrito da musculatura do joelho com o fêmur, por meio do escorregamento. Tanto que podemos sentir a patela indo e voltando quando dobramos a perna, por exemplo”, explica a fisioterapeuta Walkíria Brunetti.

“O sobrepeso pode alterar esse deslizamento da patela, levando a um atrito da cartilagem patelar com a cartilagem interna do fêmur. Assim, a biomecânica do joelho fica prejudicada e, com o tempo, pode levar ao processo de degradação da articulação”, explica Walkíria.

 

Dor ao descer escadas?
Um dos principais sintomas da condromalácia patelar é dor ao subir ou descer escadas. Levantar-se do sofá ou cadeira, bem como agachar para pegar objetos no chão também podem piorar a dor.

 
Tratamento
Caso não seja tratada, a condromalácia pode levar ao desenvolvimento da osteoartrose (OA) prematura. Uma das piores consequências da OA nos joelhos é a necessidade de colocação de uma prótese. Além disso, pode reduzir a mobilidade e a independência precocemente.

O tratamento é conservador, ou seja, sem necessidade de cirurgia. Porém, a lesão na cartilagem é para sempre, não pode ser revertida. Um dos pontos mais importantes na reabilitação é o fortalecimento dos músculos estabilizadores da patela.

 
Correção da pisada
Como a lesão na cartilagem é irreversível, é preciso adotar alguns procedimentos para evitar que a situação piore ainda mais. A primeira providência é a perda de peso, para atenuar o impacto sobre a região.

Outra estratégia é procurar um fisioterapeuta para “reeducar” a pisada, a fim de promover o reequilíbrio do joelho. A correção da pisada envolve o alongamento da fáscia plantar (tecido fibroso que cobre a planta do pé), alongamento da parte da frente das coxas e da parte posterior do joelho.

Além disso, é preciso evitar alguns movimentos na atividade física, como correr, agachamentos, pular corda e, na academia, exercícios no aparelho chamado leg-press.